Vic-54 25-04-2024, 06:41
A cavalgada da FIFA em defesa da ideia de um Campeonato do Mundo mais frequente, disputado a cada dois anos, continua em força plena e desta vez foi Gianni Infantino a defender o projeto. Os argumentos do presidente do organismo que tutela o futebol a nível global foram, no mínimo, polémicos.
«O futebol não é apenas um desporto, são oportunidades, esperança, equipas nacionais, tem a ver com o país, o coração, a alegria. Não podemos dizer ao resto do Mundo, "deem-nos o vosso dinheiro, os bons jogadores, mas vejam-nos na televisão"», começou, no Conselho da Europa para discutir o relatório Administração do Futebol: economia e valores.
O dirigente defendeu o acesso dos adeptos ao futebol de alto nível fora da Europa, onde «há um Mundial a cada 15 dias», utilizando o argumento da imigração africana via Mediterrâneo:
«Temos de melhorar, de encontrar maneiras de incluir todo o Mundo. Dar esperança aos africanos para que não precisem de atravessar o Mediterrâneo para encontrarem, não uma vida melhor, mas sim a morte no mar. Temos de dar oportunidades e dignidade, não caridade, para o resto do Mundo poder participar», atirou, em declarações controversas que têm causado reação online.
Na mesma discussão, Infantino negou a morte de 6 500 trabalhadores nas obras relativas ao Mundial do próximo ano, no Catar. Sobre a mesma prova disse o seguinte: «Há muitas coisas a melhorar, mas há que reconhecer que houve várias mudanças».