Portugal continua a preparação para o jogo do próximo domingo, diante dos Países Baixos, a contar para a segunda jornada do grupo A do Campeonato da Europa de Futsal 2022. Diante da Seleção anfitriã, que venceu a Ucrânia no primeiro jogo, a Seleção Nacional não espera facilitismos, como deu conta o guarda-redes André Sousa, em declarações ao fpf.pf.
Durante a manhã desta sexta-feira, André Coelho, que testou positivo à COVID-19 após o encontro de preparação com a Macedónia do Norte, já viajou para Amesterdão, e já foi reintegrado no grupo de trabalho.
Sobre o jogo com a Sérvia: «A nossa entrada no Europeu acaba por ter um saldo positivo. Não só pela vitória! Para mim, um dos jogos mais difíceis é sempre o primeiro jogo do Europeu, devido à ansiedade e ao nervosismo que são normais na competição. Acho que Portugal foi melhorando ao longo do jogo. Entrámos um pouco receosos, a poder dar um pouco mais de mobilidade ao jogo - acho que faltou maior mobilidade. Tivemos pela frente um Sérvia bastante inteligente e pragmática. Percebeu bem a estratégia que tinha para o jogo de Portugal, que eu acho que foi inteligente. Surpreendeu-nos um bocadinho e apareceu a ganhar por 2-0. Depois conseguimos estabilizar e normalizar o nosso jogo. Acho que o 4-2 acaba por surgir com alguma naturalidade.»
Sobre o ambiente na seleção, e as mudanças que testemunhou ao longo dos anos como internacional: «Já lá vão 12 anos desde que comecei a vir cá. Apanhei muitas gerações desde o início do meu percurso até agora e muita coisa tem mudado. Acho que as coisas estão mais estabilizadas e normalizadas. Hoje vive-se um ambiente excecional. Como todos podem ver… o jogo [diante da Sérvia] acaba por demonstrar isso também. Nos momentos crucias acabamos por mostrar um espírito de sacrifício e de união entre todos bastante saudável. Acho que isso acaba por se espelhar nas vitórias. As coisas não acontecem por acaso e muitas vezes as vitórias caem para o nosso lado porque existe esta energia boa entre todos. Hoje vive-se um ambiente excecional na Seleção e eu acredito que seja para manter durante muitos anos, porque só trará coisas boas ao nosso país.»
Sobre como encara a competição: «Não gosto de olhar para um percurso como um Campeonato da Europa de uma só vez, pois estamos a falar de três semanas com uma intensidade brutal. Gosto de ir jogo a jogo, pensando dessa forma. Vão-nos ser colocados problemas diferentes em jogos diferentes, com adversários também eles diferentes. Vamos ter de utilizar estratégias diferentes. Vamos ter problemas impostos, que são próprios da história jogo, que nos vão obrigar a adaptar. Temos de pensar jogo a jogo.»
Sobre o jogo com os Países Baixos: «Vamos ter pela frente uns Países Baixos surpreendentes, com quem jogámos há dois meses [em novembro]. Percebemos que há muita qualidade individual em cada um dos jogadores numa seleção que está a emergir agora e que está a olhar para o futsal como uma boa oportunidade. Obviamente, não queremos ser surpreendidos. Queremos mostrar a nossa qualidade, fazer um jogo consistente e sólido durantes os 40 minutos. Só depois pensar na Ucrânia… acho que um pouco do nosso sucesso, tanto no Europeu como no Mundial, passou um pouco por pensarmos minuto a minuto, jogo a jogo… para irmos o mais longe possível.»
Sobre o maior equilíbrio entre equipas neste Europeu: «Os jogos são muito mais equilibrados. Já tinha reparado nisso no Mundial… Todos os jogos podem-se ganhar por 4-2, 5-3… antigamente ganhava-se por 10-0, 10-1, 10-2. Tínhamos as equipas favoritas a ganhar com toda a certeza - hoje ganham, mas ganham com mais dificuldade. Jogos como os que aconteceram ontem, em que temos o empate do Cazaquistão [com a Eslovénia] e o empate da Itália com a Finlândia.»