Alvibranco 25-04-2024, 09:39
O Manchester United venceu, esta quarta-feira, o Brentford por 1x3 e um dos maiores, se não o maior, destaques da partida foi um português, mas ao contrário do que seria mais expectável não foi nem Cristiano Ronaldo, nem Bruno Fernandes. O lateral Diogo Dalot chegou ao jogo 50 com a camisola dos red devils e foi coroado com o prémio de Melhor em Campo, a prova de que a sua afirmação em Old Trafford finalmente chegou.
O internacional português chegou ao Manchester United em 2018, proveniente do FC Porto, a troco de de mais de 20 milhões de euros, mas teve vida difícil nos primeiros tempos e acabou por estar «tapado» por outras opções como Antonio Valencia, Matteo Darmian, Ashley Young ou, mais recentemente, Aaron Wan-Bissaka.
Por isso mesmo, o Manchester United achou por bem emprestar o jovem lateral português na temporada passada, em 2020/21, para que este jogasse com maior regularidade e continuasse o seu processo de evolução. O AC Milan foi o destino escolhido e a aposta não podia ter sido mais certeira. Sob o comando de Stefano Pioli, Dalot foi peça fundamental do AC Milan que regressou aos bons caminhos e terminou em 2º lugar na Serie A, garantindo, assim, também o regresso à Liga dos Campeões sete anos depois.
A evolução verificada em terras italianas, e a infelicidade de colegas devido à covid-19, levaram a que o lateral fosse aposta de Fernando Santos para a fase final do Euro 2020. A prova não correu de feição à seleção portuguesa, mas Dalot voltou a mostrar-se a bom nível e tornou-se, assim, opção recorrente para o selecionador nacional.
Por isso mesmo, a possibilidade de Dalot voltar a abandonar Old Trafford no verão de 2021, em definitivo ou em nova cedência, foi ganhando força. Havia vários interessados em cima da mesa, mas o português impressionou no arranque da temporada e Solskjaer acabou por optar por ficar com ele. O seu papel foi crescendo à medida que a equipa se demonstrava, a nível coletivo, abaixo do esperado, essencialmente devido à sua fiabilidade e ao acumular de erros defensivos de outros colegas do setor defensivo, com especial ênfase para o seu oponente de posição, Aaron Wan-Bissaka.
Seja com Solskjaer ou agora com Rangnick, Diogo Dalot tem vindo a ser uma lufada de ar fresco para a defesa e a equipa do Manchester United e o jogo do Brentford foi o melhor exemplo disso mesmo. Os recém-promovidos à Premier League receberam os red devils e causaram claras dificuldades ao longo da partida, especialmente na 1ª parte, chegando mesmo a «encostar às cordas» o Manchester United, mas Dalot foi segurando a equipa pelas costuras.
A nível estatístico, foi uma exibição de encher o olho para Dalot. O lateral português ocupa a asa direita e fez um total de 16 recuperações de bola, sete cortes, sete duelos ganhos, quatro interceções, três desarmes e ainda terminou com 80% de assertividade no capítulo do passe. Números que levaram a que fosse coroado como o Melhor jogador em campo, mesmo sem estar diretamente ligado a nenhum dos três golos apontados pela sua equipa. Foi a afirmação definitiva no jogo 50 com a camisola do Manchester United.
Dalot está cada vez mais próximo de superar o seu melhor registo de média de minutos por jogo numa época - joga em média 65 minutos por encontro esta época, em comparação com os 52 minutos de média em 2019/20 e os 67 verificados em 2018/19 - e a equipa está sempre mais próxima de vencer quando o lateral está em campo em algum momento dos jogos.Dos 15 jogos na qual Dalot jogou esta época, o Manchester United venceu oito, empatou dois e perdeu cinco, o que dá uma taxa vitoriosa de 53% (67% não perdem), um pouco acima do que se verifica quando este não joga. Nos 14 encontros na qual Diogo Dalot não fez qualquer minuto, o Manchester United venceu seis, empatou cinco e perdeu três, o que dá uma taxa vitoriosa de 43% (78% não perdem).
Fazendo um raio-x dos 50 jogos de Diogo Dalot com a camisola do United, a taxa vitoriosa é de 50% (não perderam 70% dos jogos), sendo que em 16 dessas partidas os red devils não sofreram qualquer golo. No total, leva um golo, quatro assistências, 34 passes para ocasiões de golo e 50 dribles bem sucedidos, mas numa equipa recheada de estrelas volta a ser no capítulo defensivo que os seus números se evidenciam. No total, ao longo de meia centena de partidas, fez 173 recuperações de bola, ganhou 274 duelos (76 dos quais aéreos) e fez 86 desarmes bem sucedidos.