Houve mudanças, houve vontade, mas não houve cabeça. O Benfica voltou a atrasar-se na corrida pelo título ao empatar 1x1 na receção ao Moreirense, em jogo a contar para a 18.ª jornada da Liga Portugal bwin.
Com esta divisão pontual, as águias permanecem no lugar mais baixo do pódio, a três pontos do Sporting e a seis do líder FC Porto, ambos com menos um jogo disputado. Já os cónegos sobem provisoriamente ao 13.º posto, em igualdade pontual com CD Tondela, FC Vizela e Santa Clara.
Sem Abdu Conté (vendido ao Troyes) e Filipe Soares (a caminho do PAOK), Ricardo Sá Pinto manteve a estrutura tática, apostando em Pedro Amador e Ibrahima Camará para suprir as baixas. Em termos práticos, optou por um bloco baixo e compacto, com pouca ousadia ofensiva, nomeadamente em ataque posicional (apenas alguma pressão na construção encarnada).
Já Nélson Veríssimo promoveu os regressos de Odysseas Vlachodimos e Darwin Núñez ao onze titular, elegendo ainda Paulo Bernardo para ocupar o lugar de Everton Cebolinha (infetado com Covid-19) no seu surpreendente 4x1x3x2.
Bem fechados, os cónegos aglomeraram-se no corredor central, cortando e intercetando inúmeros passes dos pupilos de Veríssimo. Esta postura obrigou as águias a tentarem jogar pelos corredores e procurar soluções através de cruzamentos. O melhor que conseguiram durante o primeiro foi cheirar o golo, quando Rafa Silva acertou na trave, João Mário e Morato erraram o alvo por pouco.
Com os nortenhos compactados, os visitados estavam obrigados a jogar no limite e a colocar mais gente na frente. Paulo Bernardo e Haris Seferovic estiveram perto de marcar, mas a pontaria voltou a não ser melhor. Do outro lado, os cónegos perceberam este balanceamento ofensivo e tentaram lançar contragolpes venenosos.
Embalado pelo tento marcado, o conjunto da casa encetou novos ataques à baliza adversária, já com o elenco refrescado, e com Rafa Silva e Álex Grimaldo a agitarem as águas. No entanto, o Moreirense mostrou fibra, conseguiu quebrar o ímpeto encarnado e acabou por levar um ponto precioso para Moreira de Cónegos.
Exibição q.b. da equipa liderada por Rui Costa. O juiz portuense decidiu adotar um critério e acabou por ser coerente, mas foi permissivo com o antijogo. A eventual expulsão de Fábio Pacheco, que entrou de sola sobre Paulo Bernardo, também era aceitável. Ficam ainda algumas dúvidas na decisão do VAR no golo do Moreirense, mais concretamente no posicionamento irregular de Rafael Martins (não interfere muito, mas faz-se à bola).
Bem organizada, aglomerada e solidária, a equipa do Moreirense resistiu às investidas do Benfica. Quando chegou à vantagem, quebrou e sofreu golo, mas voltou a vestir o fato-macaco e levou um ponto suado da Luz.
Ainda a assimilar as ideias no seu novo treinador, o Benfica mostrou alguns bloqueios no último terço. Perante um Moreirense bem aglomerado e fechado, os comandados de Veríssimo somaram muitos passes e decisões erradas, às quais se juntaram diversas hesitações na hora de rematar (algo que as bancadas sentiram). Arestas para limar.