A decisão tinha ficado para o fim, em casa, diante do líder do grupo, o Estrela Vermelha. A derrota na Dinamarca (2x3), na ronda anterior, assim o ditara. O Braga esteve na frente e com o bilhete para os oitavos de final da Liga Europa na mão, mas os sérvios resgataram um empate (1x1) que manteve tudo na mesma.
Os minhotos terminaram, assim, o grupo F no 2º lugar e vão agora ter de jogar o playoff com um repescado da Liga dos Campeões. Os nomes, esses, não perspetivam grandes facilidades.
Os sérvios, com um empate como crédito suficiente para o objetivo, nunca quiseram ser donos e senhores da história e, por isso, deu quase sempre bem mais Braga do que outra coisa qualquer. O golo de Wanderson Galeno, aos 52 minutos, chegou da marca dos 11 metros - mão de Marko Gobeljic -, mas a linha temporal do jogo já tinha registado várias ameaças «corridas» dos arsenalistas.
Na primeira parte, por exemplo, Iuri Medeiros foi quem mais procurou «enganar» Milan Borjan na baliza dos de Belgrado. Só dele foram quatro as tentativas de golo, embora tenha sido Ricardo Horta a dispor da mais perigosa. O capitão rematou de primeira, mas Borjan negou-lhe a celebração. Ainda no desfile de «tiros» braguista, nota para um em arco de Galeno (35').
Entre o domínio minhoto, o Estrela Vermelha foi espreitando o golpe de sorte. E teve-o nos pés, sobretudo num remate fantástico de Gúeler Kanga (13') que Matheus desarmou com uma bela defesa. O mesmo Matheus negou as intenções de Mirko Ivanic em cima do minuto 40.
O nulo ao intervalo aceitava-se, ainda que o Braga pudesse ter sido mais feliz. Felicidade que o golo de Galeno trouxe à tona mas que simultaneamente obrigou os sérvios à ousadia, que resultou na infelicidade de Diogo Leite. O defesa português levou o cotovelo à cara de Pankov e o italiano Marco Guida apontou para o castigo máximo, que Aleksandar Katai converteu.
O tempo começou, depois, a escassear. Urgia novo golo para a libertação arsenalista. Carlos Carvalhal tentou tudo. Lançou Abel Ruiz, Piazón, Francisco Moura e Mario González. Era a «carne toda no assador», mas a noite teimava em não aquecer o suficiente para evitar o desvio pelo playoff doloroso.
O Braga fez pressão, encostou o Estrela Vermelha lá atrás, e Raúl Silva esteve tão perto do golo (90'), mas Borjan voou para lhe tirar o golo. Antes disso, já Paulo Oliveira (89') tinha tido oportunidade de ouro, mas nada feito. O 1x1 agarrou-se ao marcador e colou a equipa portuguesa a um segundo lugar que pode ser duro no «mata-mata» com os «convidados» da Liga dos Campeões.
O Braga podia até ter caído para o terceiro lugar do grupo, mas o empate entre o Ludogorets Razgrad e o Midtjylland acabou por ser um mal menor para o conjunto de Carlos Carvalhal, que assim ficou em segundo e com possibilidade de continuar na Liga Europa.
É verdade que as contas se fecharam esta noite, em Braga, mas o lado negativo não pode deixar de ser o jogo na Dinamarca, que vergou a equipa portuguesa a uma derrota que custou cara na contabilidade final do grupo.