A idade é só um número

Aos 21 anos, o camisola 20 dos dragões é um dos mais esclarecidos no meio campo portistas e são as exibições como a que teve em Portimão que demonstram isso mesmo. Com a tarefa de organizar o jogo portista, Vitinha deu nas vistas e somou várias incursões, onde parecia estar sempre um passo à frente do adversário. Fez o golo (estreia a marcar pela equipa principal do FC Porto) que coroou a partida de alto nível.

Tem sido a grande figura da equipa na atual temporada e voltou a apresentar-se em grande plano. As cavalgadas pela esquerda deixaram os adversários para trás, como costumam fazer, mas desta vez faltou outro discernimento. Ficou perto de marcar em várias ocasiões e até quis assistir quando podia ter atirado à baliza, mas acabou por ser decisivo no livre que resultou no autogolo. Mais uma para juntar à lista de boas exibições.

Já não é uma novidade, mas que não se deixe de destacar a importância do colombiano no corredor central da equipa de Conceição. Parece que está em todo lado, seja a atacar ou a defender e os números falam por si. Seis duelos ganhos em sete disputados no chão e outros três ganhos pelo ar, a juntar aos quatro desarmes. Não teve de ser chamado ao ataque, mas ainda tentou a meia distância.

Não estava a ser feliz, sobretudo em zonas de finalização quando era convidado a decidir, mas não desistiu, como já é comum nas suas exibições. Continuou a pressionar (algumas vezes à margem da lei) e a ajudar a equipa em zonas de construção até que a sorte lhe sorriu aos 75 minutos, numa finalização que teve tanto de classe como de oportunismo. Verdadeira superação.

Se o Portimonense esteve 45 minutos sem sofrer, muito da culpa é do central brasileiro que esteve quase sempre irrepreensível. Ora no caminho da bola, ora a intercetar passes, Pedrão foi o melhor do lado dos algarvios enquanto a equipa esteve em jogo. Ainda tentou ajudar no ataque numa transição que começou com um corte da sua autoria. Mostrou vontade.

Vive a fase menos concretizadora da sua carreira no FC Porto, mas nem por isso deixa de ser um dos mais importantes da manobra ofensiva. Pressiona muito, oferece opções aos colegas e mostra sempre disponibilidade, quer pelo meio, quer pelos corredores laterais. Assistiu Otávio depois de um jogo em que tentou muito.

...mas acabou por ficar ligado ao resultado com o autogolo que desbloqueou o marcador. Pareceu ter sido de forma infantil, porque virou as costas ao lance e apontou os apoios à baliza no momento do remate de Luis Díaz. Depois saiu por estratégia ao intervalo e já não conseguiu contribuir.

Se é verdade que a estratégia defensiva estava a resultar até perto do intervalo, da segunda parte já não se pode dizer o mesmo e o central foi um dos principais responsáveis. Apenas um duelo ganho no solo e muito pouca produção para um defesa que sabia que teria muito trabalho.