Abriu com emoção e dramatismo a 12.ª jornada da Liga Bwin. Esta sexta-feira à noite, o Moreirense esteve em vantagem na receção ao Gil Vicente, permitiu ao conjunto de Barcelos virar o resultado e no último remate da partida lá conseguiu resgatar um ponto (2x2) no dérbi do Minho.
Ainda que montadas em sistemas idênticos (4x3x3), Moreirense e Gil Vicente seguem filosofias de jogo distintas, tal como tinha sublinhado Ricardo Soares no lançamento da partida. Se a equipa de Barcelos privilegia a posse, João Henriques tem em Moreira de Cónegos uma equipa mais talhada para causar mossa em ataque rápido; e foi isso que se viu no Comendador Joaquim de Almeida Freitas.
Se o momento que desbloqueou o nulo surgiu logo no primeiro lance da segunda parte, a verdade é que dos primeiros 45 minutos sobraram momentos de perigo em ambas as áreas. Fran Navarro, o homem-golo dos gilistas, esteve perto do golo, aos 44 minutos, mas o cabeceamento do espanhol não teve a melhor direção - algo que mudaria já dentro do último quarto de hora. Do lado cónego, Filipe Soares foi quem mais tentou, com destaque para o remate no período de compensação da primeira parte.
Entre a toada do equilíbrio, o lance mais discutível da partida abriu a segunda parte. Manuel Oliveira, árbitro da partida, não hesitou a assinalar grande penalidade de Zé Carlos sobre Yan Matheus; uma decisão que foi mantida na Cidade do Futebol, apesar das (muitas) dúvidas que o lance deixou. Indiferente aos protestos do banco gilista, o próprio Yan Matheus colocou o Moreirense em vantagem (46').
Se o remate de Pedrinho (61'), de livre direto, ainda estremeceu na trave de Kewin e o de Fujimoto (62') viu o guarda-redes brasileiro do Moreirense voar para a defesa da noite, nada havia a fazer para impedir Samuel Lino de consumar um trabalho individual de qualidade com o empate (68'). E nem 10 minutos depois, Léautey, que tinha rendido Murilo, cruzou na medida certa para o inevitável Navarro finalizar de cabeça para o 1x2.
E quando os adeptos e equipa do Gil Vicente já faziam contas aos três pontos, o canto do cisne. Steven Vitória assumiu a responsabilidade de bater um livre direto no sexto minuto de compensação e deixou Frelih «pregado» ao relvado. O 2x2 chegou literalmente no último suspiro da partida, porque Manuel Oliveira apitou para o final nos segundos seguintes.
Não teve a ver com futebol, mas com algo bem mais importante. Numa altura em que o país volta a sofrer às custas da Covid-19, os artistas deram o exemplo. Para além dos suplentes, também os 22 titulares e a equipa de arbitragem entraram em campo de máscara, num sinal de consciencialização para todos.
Não foi uma noite feliz para o árbitro da partida, que para além de uma má decisão no lance da grande penalidade aos 46 minutos deu sempre a sensação de não ter controlo total sobre os intervenientes, que "exploraram" essa situação para protestar recorrentemente várias situações.
Noite marcada pelo lance aos 46 minutos. Manuel Oliveira não teve dúvidas em assinalar grande penalidade de Zé Carlos sobre Yan Matheus, mas as várias repetições deixam a clara sensação de não ter havido motivo para essa decisão.