Foi preciso suar - e colocar os pesos pesados em campo - frente a um corajoso Varzim, mas o Sporting acabou por sair vitorioso por 2x1 frente à formação da Segunda Liga e avançou, assim, para a próxima eliminatória da Taça de Portugal.
Apesar de ter algumas limitações devido a lesões e aos compromissos das seleções, Rúben Amorim apresentou um onze titular com vários jogadores habituados a jogar de início e a principal novidade acabou por ser a presença do jovem lateral direito Gonçalo Esteves. Do lado do Varzim, o treinador António Barbosa, em busca de causar uma surpresa e acabar com uma longa série de resultados negativos, apresentou o seu onze titular habitual, com o jovem Zé Ferreira, também a lateral direito, como principal novidade.
De um lado, o campeão nacional em título. Do outro, o penúltimo classificado desta edição da Segunda Liga. Face a esta diferença de momentos e estatutos esperava-se um encontro difícil para o Varzim em Alvalade, mas a turma comandada por António Barbosa vinha com a lição bem estudada. Os Lobos do Mar assumiram o bloco baixo - apenas Heliardo ficava à frente da bola - e um maior povoamento da zona central. Ora, esta opção não só permitiu aos leões ter o (esperado) controlo da posse de bola, como lhes deu mais espaço nas alas.
Além dessa boa organização defensiva, o Varzim mostrou estar atrevido no ataque. Com o Sporting quase sempre balanceado para o ataque, os Lobos do Mar ainda procuraram atrair os leões na primeira fase de construção para estes subirem a pressão e depois lançarem a velocidade dos seus atacantes com bolas mais diretas, mas foi na transição rápida que causaram mais calafrios. Com Esgaio e Matheus Reis na companhia a Feddal, e Gonçalo Esteves na direita, o controlo da profundidade do Sporting não foi exímio como costuma ser e o Varzim foi conseguindo criar várias (grandes) oportunidades. Zé Tiago teve uma perdida enorme - após um grande trabalho de Heliardo -, Nuno Valente e Zé Ferreira obrigaram João Virgínia a grandes defesas, mas o golo não apareceu.
Perante a dificuldade em penetrar na área do Varzim com bola - apenas Matheus Nunes conseguiu, perto do intervalo, receber uma bola alta nas costas dos centrais, mas o guarda-redes esteve em grande -, o Sporting começou a apostar mais na meia distância. Daniel Bragança e Tabata deixaram o aviso, mas Lekbab esteve bem e Jovane atirou mesmo à barra, de livre direto. O golo tardava em aparecer e o Sporting estava com dificuldades na defesa e em impor o seu jogo.
Apesar das claras fragilidades demonstradas na 1ª parte, Rúben Amorim deu um voto de confiança ao mesmo onze titular para arrancar a 2ª parte. Os leões voltaram a ter muita bola e o Varzim mostrou-se agora bem menos atrevido e focado no processo defensivo. Isso levou a que o espaço para os leões operarem no último terço fosse ainda menor e apenas uma bela investida de Matheus Reis, o «central» adaptado, pela esquerda causou perigo junto da baliza de Lekbab.
Em desvantagem pela primeira vez no marcador, o Varzim viu-se obrigado a correr atrás do prejuízo caso quisesse tentar causar alguma surpresa e os Lobos do Mar não tardaram a reagir. Dez minutos depois de sofrer, o Varzim apanhou a defesa leonina completamente a dormir e Nuno Santos acabou por ter uma má abordagem ao lance dentro da área, fazendo falta sobre Murilo. Chamado a converter, Heliardo não perdoou e deixou tudo empatado para o último quarto de hora.
Com o prolongamento a ganhar força em Alvalade, o Varzim estava muito bem e solidário na defesa, mas acabou por ser um erro defensiva (um pisão sobre Porro dentro da área) a deitar por terra o esforço dos comandados de António Barbosa. na marca dos 11 metros, Pote não tremeu, bateu Lekbab e acabou por dar a sofrida vitória ao Sporting por 2x1 nos minutos finais.
André Narciso teve uma exibição que deixou um pouco a desejar. Embora tenha anulado bem o golo a Heliardo na 1ª parte e assinalado corretamente a grande penalidade a favor do Varzim, o juiz da partida não teve o mesmo critério para as duas equipas. O apito soava mais facilmente para faltas a favor do Sporting, embora tenha acabado por não ter influência direta no resultado.
As principais armas ofensivas do Sporting são das melhores que há no futebol português e foi preciso poucos minutos para Pote e Sarabia causarem estragos na defesa contrária. A diferença para Tabata e Jovane foi notória.
Sem Coates, Gonçalo Inácio e Luís Neto (começou no banco), Rúben Amorim insistiu no seu habitual 3x4x3, com Esgaio e Matheus Reis a fazer de centrais e o jovem Gonçalo Esteves na direita. A equipa sentiu-se da falta dos seus habituais jogadores e teve dificuldades em controlar a profundidade e na transição defensiva. Talvez fosse o jogo certo para experimentar algo diferente.