Jorge Braz e a pressão de ganhar: «Não é pressão, é um desafio fantástico»

Um mês depois da grande conquista, o discurso mantém-se: é preciso ter o «pés no chão e manter a humildade» para continuar a ganhar. Foi este o registo que Jorge Braz, selecionador nacional, teve na entrevista ao jornal Record deste domingo.

O técnico admitiu que ainda não conseguiu guardar a medalha de campeão do mundo, que recebeu mais de três mil mensagens de parabéns e teve várias tiradas curiosas sobre a campanha na Lituânia...

Jorge Braz em discurso direto

Europeu vs Mundial: «O Europeu, pela qualidade e superioridade, deu-me uma satisfação olhar para aquele processo. Foi inequívoca. Neste Mundial, pela superação, resiliência. a equipa nunca virou a cara à luta e o facto de querermos superar as características que as equipas campeãs têm de ter, no Mundial tivemos isso tudo. O percurso foi mais longo e frente a seleções de enorme dificuldade.»

Pressão para ganhar: «Toda a gente exige isso. Estar num Mundial e atingir aquilo que mais queremos na vida... Pressão de quê? Isso não é pressão, é um desafio fantástico. (...)  Se eu estiver aqui a disfarçar, você vai reparar e dizer: ‘Lá está este a dar tanga’. Honesto, verdadeiro e frontal. Às vezes a bola vai entrar, outras não, mas isso faz parte»

Palestra contra Espanha: «A Espanha foi sempre uma referência. Em 2007 estivemos próximos de vencer aquela meia-final e, voltando ao meu antecessor Orlando Duarte, ele dizia: ‘Vai chegar o dia em que vamos vencer a Espanha’. Temos é de querer essa evolução. Há tantos anos que andamos a dizer que eles são uma referência, campeões do Mundo e da Europa, e já os vencemos, não era naquele momento...»

Bola no poste contra a Argentina: «Foi rápido e nem dei conta. Dei conta que cometemos um erro de reajuste defensivo. Há muitos anos que dizemos: ‘Se quisermos muito uma coisa, a bola bate no poste e não entra’. Sorte ou não, que existe sempre, acabou por não entrar e seria extremamente injusto. Também acertámos duas vezes no poste, mas é normal que se olhe para a fotografia final. E essa, dois segundos depois, é que foi fantástica»