Se havia fantasmas para afastar, o Benfica certificou-se de os afastar com classe. Numa partida onde Everton Cebolinha e Rafa estiveram em excelente plano, os comandados de Jorge Jesus vestiram o fato de gala e passou com distinção o importante teste frente ao SC Braga, goleando os gverreiros por 6x1.
Jogo grande e de encerramento da jornada 11 da Liga Bwin. Do lado do Benfica, Jorge Jesus procurava liderar a sua equipa de novo ao caminho das vitórias - não vencia há três jogos - e fez regressar ao onze alguns dos habituais titulares, em relação à derrota por 5x2 com o Bayern Munchen, mas a principal surpresa foi a inclusão de Everton e a ida de Yaremchuk para o banco. Do lado do SC Braga, Carlos Carvalhal também mexeu em relação ao jogo com o Ludogorets (4x2) e as novidades foram Abel Ruíz, Lucas Piazón e Fabiano.
A presença de Darwin no centro do ataque encarnado trouxe uma maior mobilidade ao ataque da equipa comandada por Jorge Jesus e causou alguma surpresa à defensiva bracarense. O uruguaio mostrou cedo ter tendência para cair para uma das alas e desequilibrar - possibilitando a Everton e Rafa surgirem mais no centro - e isso acabou por causar «estragos» madrugadores. Com menos de três minutos disputados, Darwin fez um desses movimentos de rotura na direita, foi à linha de fundo e cruzou para o segundo poste, onde Grimaldo, solto de marcação, encostou de cabeça para o golo inaugural.
⌚️Intervalo: SLB 4-1 SCB
⚠️Há quase 38 anos que o 🦅Benfica não marcava 4 golos na 1.ª parte frente ao SC Braga!
⏪Foi a 8.ª vez que as águias marcaram 4+ golos nos primeiros 45 minutos frente aos Gverreiros, curiosamente sempre em casa dos encarnados. pic.twitter.com/UUTy738H1D
— playmakerstats (@playmaker_PT) November 7, 2021
Com dois golos marcados tão cedo, percebia-se bem para o que se vinha. As duas equipas estavam bastante encaixadas, não só a nível tático (ambas em 3x4x3), como a nível de estilo. Notou-se uma grande preocupação de parte a parte em não dar espaço nas zonas centrais, onde estavam os criativos, e isso levou a uma sobrelotação dessa zona. Isso obrigou a que os jogadores presentes nas alas fossem «obrigados» a ser mais chamados a jogo. Do lado encarnado, contudo, Jorge Jesus teve duas contrariedades de peso, com as lesões de João Mário e Lucas Veríssimo, que obrigaram às entradas de Paulo Bernardo e Morato, ambas antes dos 35 minutos.
As equipas estavam de tal forma encaixadas, que foi mesmo preciso um lance individual para que o nó se desatasse. Aí, surgiu Everton. Depois de uma bola ganha por Paulo Bernardo no miolo, o brasileiro, que também estava nessa zona face ao movimento lateral de Darwin, tirou dois adversários do caminho e isso abriu espaço na defesa bracarense. Cebolinha abriu para Grimaldo e o espanhol rematou cruzado, em força, para defesa de Matheus, algo que não foi desperdiçado por Darwin, que encostou para o 2x1. Isto acabou por abrir definitivamente o jogo e o Benfica aproveitou. Com o SC Braga atrás do prejuízo e balanceado para o ataque, Rafa conseguiu destacar-se. Primeiro, teve um lance de génio, num contra-ataque, e fez o 3x1. Depois, aproveitou um grande passe de Everton e ampliou em cima do intervalo
Com o intervalo, Carlos Carvalhal procurou reforçar a ala direita, para não sofrer tanto nos possíveis contra-ataques, e refrescar o ataque, com as entradas de Yan Couto e Vitinha, mas o Benfica tinha o jogo a seu bom proveito e sempre que conseguia impor velocidade no contra golpe a defesa dos Gverreiros passava por calafrios. De tal modo, que a dupla da noite precisou de apenas sete minutos para, mais uma vez, desfazer o sistema de Carvalhal. Em mais um lance de contra-ataque, os papéis inverteram-se e foi Rafa a servir Everton dentro da área. O brasileiro sentou um adversário e com toda a calma fez o merecido golo.
Com mais de 20 minutos por jogar, os dois lados já pareciam conformados com o pesado resultado e os dois treinadores foram gerindo o esforço dos seus jogadores e rodando algumas peças. Os golos não voltaram a aparecer, mas o Benfica esteve sempre mais perto de ampliar, ainda mais, a vantagem, do que propriamente o SC Braga de reduzir. No final, persistiu o 6x1 no marcador, que deixa as águias a um ponto dos líderes Sporting e FC Porto e os bracarenses mais longe do pódio.
Tudo mudou ao minuto 37, altura do 2x1 encarnado. Everton teve um lance de génio e conseguiu criar espaço no miolo sobrelotado do campo, o que deu no golo de Darwin. A partir daí, o SC Braga foi atrás do prejuízo e tudo mudou. Com espaço para Rafa correr e com Cebolinha em grande, a defesa bracarense nada conseguiu fazer.
Everton Cebolinha. Uma das surpresas e figuras da partida. O brasileiro foi a surpresa de Jorge Jesus no onze titular e acabou por ser fundamental. Com Darwin a cair nas alas por diversas ocasiões, teve o papel de trabalhar no meio e cumpriu. Dois golos nascem dos seus pés.
Até ao minuto 37 tudo estava equilibrado. As duas equipas muito encaixadas e a olhar de igual para igual, mas o segundo golo encarnado mudou tudo. A partir daí, o SC Braga balanceou-se para o ataque, mas não se soube proteger da velocidade e resposta do Benfica e isso foi prejudicial.