Agora é com as contas

As contas são simples de fazer: O SC Covilhã está impossibilitado de ir à final four e o SL Benfica necessita de vencer o encontro diante dos serranos por mais de dois golos na última jornada, com o Vitória SC na liderança do grupo. Esta noite, o futebol não ficou a perder com um 3x3 alucinante entre águias e conquistadores, duas equipas claramente a quererem um lugar na final four.

Jorge Jesus mudou oito peças, Pepa apenas duas e o conjunto vimaranense mostrou uma faceta guerreira durante todo o encontro, acima de tudo no segundo tempo, onde foi amplamente superior ao adversário. O certo é que a Vitória esteve perto e o D. Afonso Henriques poderia ter testemunhado uma reviravolta épica...

Alucinante!

Já foi desvalorizada, mas o passar dos anos está a trazer outra aura à Taça da Liga, cada vez mais desejada por todos os clubes. Pelo menos, Vitória SC e SL Benfica, cientes do caráter decisivo da partida, demonstraram enorme vontade de colocar uma mão na final four.

©Rogério Ferreira / Kapta+

Depois de um remate perigosíssimo de Radonjic, sérvio que, agora como titular, voltou a jogar mais recuado do lado direito, Alfa Semedo teve um momento de completa infelicidade na sequência de uma bola parada e deu a vantagem aos visitantes.

O Vitória, como é apanágio, não virou a cara à luta. Nem sempre as melhores decisões foram tomadas, mas a batalha no miolo e o momento excecional de Rochinha davam sinais positivo com o passar dos minutos, sendo que, do outro lado, os erros começaram a aparecer. No entanto, e por muito que Borevkovic tenha assustado numa bola parada, uma transição perfeita dos encarnados, com origem em Everton, deu a Pizzi a possibilidade de aumentar para 0x2 e dar um forte soco no estômago dos vimaranenses que até estiveram perto de sofrer o terceiro já com João Mário em campo (devido a lesão precoce de Taarabt).

A partir daí, levantou-se o D. Afonso Henriques no apoio e a alma conquistadora. Rochinha continuou a fazer das suas, o Vitória cresceu com o avançar no terreno e André André, numa jogada de insistência, reduziu a desvantagem. Nessa fase, os homens de Pepa mostraram-se empolgados, até que Radonjic, através de uma brilhante jogada individual, virou outro balde de água fria sobre a atmosfera vivida em torno do jogo.

Sem baixar os braços, Estupiñán, um dos mais combativos, fez explodir o estádio novamente, dando uma esperança merecida aos visitados em cima do intervalo.

Tanto Vitória!

Lembra-se da alma conquistadora? Pois bem, viu-se durante praticamente na segunda parte inteira. É que, tirando um lance perigosíssimo de Pizzi logo a abrir, só deu Vitória.

©Rogério Ferreira / Kapta+

Tanto na bola parada como em bola corrida, a sensação era de que o Vitória estava cada vez mais perto do empate. A cada lance, a cada investida, a cada entrosamento, a vontade era a de voltar a correr atrás de um prejuízo causado, sobretudo, pela qualidade do adversário. ´

Rochinha, Quaresma (ao poste), Estupiñán (teve até um golo anulado), todos eles tentaram. Se Pepa colocou Ricardo Quaresma e Tiago Silva para dar ainda mais qualidade no último terço, Jorge Jesus viu-se obrigado a colocar alguns habituais titulares para dar um abanão aos restantes jogadores, mas a toada não inverteu.

Tanto não inverteu como o 3x3 acabou por chegar perto dos 90', com Bruno Duarte a dar o melhor seguimento possível a um cruzamento da esquerda do seu ataque. O encontro chegou ao fim com a hipótese de uma reviravolta absolutamente épica que não aconteceu, pelo que o Benfica acabou com mais motivos para sorrir. Ainda assim, para as águias, só o triunfo interessa na última jornada.