Quando se fala na festa da Taça, é destes jogos que se fala. O Oriental Dragon, da Liga 3, fez das tripas coração e apenas cai no prolongamento frente ao primodivisionário Moreirense, que jogou todo o prolongamento com menos um, mas acabou por vencer por 2x3.
Apesar de estar a defrontar uma equipa da Primeira Liga, e por isso duas divisões acima, o Oriental Dragon entrou cheio de vontade no jogo, sem medo de ter a bola nos pés e a disputar muito os lances na zona do meio campo. A defender, a formação setubalense baixava a linha de cinco médios e ficava em bloco baixo, mas a atacar essa mesma linha moldava-se e Martim Águas surgia como segundo avançado, com os dois alas a projetar-se nas linhas para dar largura e profundidade.
Do outro lado, o Moreirense, comandado por João Henriques, demorou a conseguir impor a velocidade dos seus extremos e foi insistindo na ala esquerda, com Conté e Walterson, mas era na direita, com Yan Matheus e Rodrigo Conceição, que as fragilidades do Oriental Dragon mas ficavam expostas. A formação de Moreira de Cónegos foi conseguindo criar perigo a espaços, usando a velocidade e profundidade dos seus extremos e o posicionamento de Gonçalo Franco (o mais perigoso) junto ao ponta de lança para criar diversas situações de perigo. No entanto, a pontaria (ou falta dela) e o guarda-redes Miguel Lázaro levaram a melhor.
Com dificuldades em surgir no último terço do terreno com perigo, o Oriental Dragon acabou por ser mortífero no ataque e marcou praticamente na sua primeira ocasião de golo. Na sequência de um canto, Marlon Costa surgiu ao segundo poste, aproveitou uma falha de marcação e já se preparava para festejar. Artur Jorge foi imperial e afastou na linha de golo, mas, na recarga, João Bandeira não perdoou e inaugurou o marcador para a formação da Liga 3.
Primeiro, Yan Matheus deixou o aviso, aproveitando uma «oferta» de Xinhai Wang, e permitiu a Miguel Lázaro uma grande defesa, mas poucos minutos depois chegou mesmo o golo. Com o bloco mais alto e as linhas afastadas, o Oriental Dragon permitiu a Abdu Conté surgiu completamente solto na esquerda, após uma combinação. O lateral cruzou com conta, peso e medida para o segundo poste e Rafael Martins só teve que encostar.
O golo da reviravolta acabou por deitar um pouco abaixo os jogadores do Oriental Dragon, que perderam um pouco do atrevimento demonstrado até então e permitiram ao Moreirense ir gerindo a posse de bola, sem, no entanto, conseguir criar grandes ocasiões de golo. Contudo, quando o jogo até estava num ritmo bem mais baixo, o Oriental Dragon voltou a surpreender e empatou, a 15 minutos do fim, com Filipe Gaspar a responder da melhor forma a um cruzamento na direita de Marcelo Santos, deixando tudo em aberto.
As duas equipas bem tentaram chegar ao golo da vitória nos minutos finais, mas tudo se manteve empatado. Apesar da falta de golos, quando já cheirava a prolongamento, o Moreirense ficou reduzido a dez, devido a uma entrada completamente fora de tempo de Paulinho sobre um adversário. Esperavam-se mais 30 minutos de sofrimento.
Com mais 30 minutos por jogar, o Moreirense manteve uma linha de três defesas e foi em busca do 2x3, mas o cansaço era por demais evidente nos comandos de João Henriques e foi quase sempre o Oriental Dragon a estar mais ofensivo e mais perto do golo da vitória. O golo, contudo, acabaria por chegar para a formação forasteira, num lance de génio de Felipe Pires, que driblou vários adversários na esquerda e entregou o golo de bandeja a André Luís.
2-3 a.p. | ||
João Bandeira 29' Filipe Gaspar 75' | Gonçalo Franco 48' Rafael Martins 60' André Luís 112' |