Noite histórica numa partida sem grande história. Assim pode ser descrita a vitória da Seleção portuguesa de Sub-21 sobre o Liechtenstein, em Vizela. Ao intervalo o marcador mostrava um 9x0, que descrevia na perfeição a primeira parte dos comandados de Rui Jorge. No final foram 11 e até poderiam ter sido mais, mas o abrandar de ritmo, normal pelo volume de golos, assim não deixou.
Como contar a história de uma partida que termina com números como estes? Sem descrever todos os golos, o que seria um erro pelo número avultado que se verificou, não é difícil imaginar a quantidade de oportunidades criadas, sobretudo durante a primeira parte, num jogo de uma só baliza. O público aplaudia sempre que Celton Biai, guarda-redes de serviço, tocava na bola, imagine-se...
O que se passou a seguir foi um autêntico festival de golos de todas as maneiras e feitios, que premiou quem quis aparecer na área. André Almeida apontou o segundo Gonçalo Ramos fez quatro, Fábio Silva marcou dois e Fábio Vieira converteu uma grande penalidade a caminho de um 9x0 ao intervalo, que igualava a maior vitória de sempre no escalão, curiosamente frente a esta mesma seleção.
Houve espaço para os homens do meio campo terem muita bola, com destaque para Fábio Vieira, Vitinha e André Almeida, a servirem os dois da frente. Tarefa inglória para os visitantes, que foram tentando atrasar os golos portugueses, mas sem grande sucesso.
Mas engane-se quem pensar que isso fez com que o Liechtenstein tivesse crescido no jogo. A Equipa das Quinas continuou com bola, dominadora, mas sem o mesmo número de situações de perigo pelos fatores já descritos.
Houve, ainda assim, espaço para mais dois golos e para escrever história. O décimo, por intermédio de Tiago Tomás, estabeleceu o recorde de maior vitória de sempre dos Sub-21 e o 11º, depois de um grande trabalho de Francisco Conceição, deu ainda mais volume a esse recorde.
Sem facilitismos, nem tentativas de dar show. Portugal entrou sério, construiu uma vantagem e continuou a aumentá-la sem desrespeitar o adversário. Para os adeptos foi perfeito, com onze golos, alguns de belo efeito e muito espetáculo.
Era esperado que fosse uma partida desnivelada, mas não assim tanto. Nunca houve sequer uma altura em que o adversário pudesse ameaçar, com domínio total do início ao fim.