tiagosousa797 24-04-2024, 20:21
Foram muitos anos a esperar por isto. Aconteça o que acontecer, Portugal já fez história e vai estar na final do Campeonato do Mundo de Futsal. É domingo, às 18 horas, contra a Argentina. Falta uma vitória para o sonho. A Guatemala já lá vai. A partir de agora vamos todos falar da Lituânia.
Este jogo teve de tudo. Portugal a ganhar, Cazaquistão a empatar nos últimos segundos e levar o jogo para prolongamento, Cazaquistão em vantagem, Portugal a levar o jogo para penáltis e mais uma palestra épica de Jorge Braz. Antes dos penáltis, o técnico disse que já tínhamos ganho isto. E não é que tinha razão... outra vez?
Dois estilos de futsal muito distintos estiveram frente a frente, esta quinta-feira, em Kaunas. De um lado, Portugal com mais bola, melhor a sair em construção apoiada e no controlo da posse de bola; do outro, o Cazaquistão, mais objetivo nos momentos do jogo e a explorar as costas de Portugal, embora com dificuldades em pensar o jogo.
Foi através da objetividade que o Cazaquistão chegou, inclusive, ao jogo - valeu, nesta fase, o olho atento do VAR, que viu que a bola tinha saído antes do passe longo que deu o golo de Orazov. E esse sinal fez crescer Portugal, que chegou mais vezes à área de Higuita com qualidade e intensidade. Isto, claro, sempre que a 'muralha' Douglas Júnior, líder da manobra defensiva do Cazaquistão, não estava em todo o lado...
Pany. Outra vez ele. Depois de uns primeiros minutos de jogada cá, jogada lá, Portugal conseguiu, numa jogada em que André Coelho travou - legalmente - o ataque cazaque, chegar ao 1x0... sim, foi Pany outra vez! Remate muito colocado (ainda toca no poste direito, inclusive) e desfeito o nulo na Zalgiris Arena.
A confiança estava em alta, claro está. E com Zicky em campo melhor ainda, porque Portugal joga de forma muito diferente com um pivot de referência como o jovem do Sporting - nesta altura de maior pressão portuguesa, Higuita fez duas defesas inacreditáveis, a remates de Zicky e João Matos. Feito o trabalho na baliza, era altura de o fazer... na frente.
Para sacodir a pressão portuguesa, Higuita voltou a subir no terreno e o Cazaquistão apertou, definitivamente, com Portugal, sempre com o guardião a oferecer soluções de passe em superioridade numérica. Era tempo de Portugal estar mais recuado para não permitir bolas nas costas e ser solidário e sofrer como tão bem sabe fazer.
Bebé ia acumulando defesas decisivas e aproximando-se cada vez mais da distinção de homem do jogo - foram inúmeras as defesas do 1 português! Mas o importante era o cronómetro ficar cada vez mais perto do zero. E ia ficando. E foi ficando. Até o Cazaquistão abdicar de Higuita, colocar Nurgozhin como guarda-redes avançado... e chegar ao empate.
Animicamente, no prolongamento, a vantagem passava a ser do Cazaquistão, fruto do empate em cima da buzina. E mais ficou quando Douglas Júnior, num livre direto, bateu forte e seco para a cambalhota no marcador - Bebé foi surpreendido com a velocidade do tiro.
E tudo se invertia outra vez. Agora era Portugal que tinha de ir para cima do adversário e em busca do resultado, com a cabeça posta na final de domingo. E foi, sempre impulsionado pela capacidade de Zicky, mas sem o discernimento e capacidade que se pedia. E o cronómetro que, no final da segunda parte, corria lento - na perspetiva portuguesa - corria agora rápido demais.
Aí, Braz voltou a prever e a acertar. Já tínhamos ganho. Bebé defendeu o de Douglas Júnior, Higuita defendeu o de Pany, Vítor Hugo defendeu o de Knaub e Tiago Brito marcou o decisivo... Soltem os fogos, portugueses! Domingo, às 18 horas, lá estaremos. Na grande final do Mundial!!!
2-2 (4-3 g.p.) | ||
Pany Varela 23' Bruno Coelho 49' | Dauren Nurgozhin 40' Douglas Júnior 42' |