Pany 2021/2022 está a demonstrar que quer ser melhor que... Pany 2020/2021. A tarefa não é fácil, mas no que a este Mundial concerne, tem sido figura central no desempenho da Seleção Nacional.
Hoje não foi exceção, e voltou a ser o mais desequilibrador de Portugal, ganhando vários duelos e nunca deixando que a equipa saísse do jogo. Apareceu muitas vezes em zonas de finalização, e viu Herrero negar-lhe alguns remates. Acabou por conseguir marcar, numa altura em que Espanha já jogava em 5x4+GR, e tinha a baliza deserta. Matou o jogo e selou o resultado.
André Coelho é Mestre em Engenharia Civil, e sabe bem quando e como construir, e quando e como destruir. No caso, deitar abaixo as investidas espanholas próximo da baliza nacional.
O jogador do Barcelona conhecia bem todos os seus adversários de hoje, e usou esse conhecimento para ter os timings certos em praticamente todos os momentos do jogo, não prescindindo de alguma agressividade defensiva, nem mesmo quando Portugal estava tapado por faltas. Sabia bem o que estava a fazer.
Foi importante também no ataque, com o seu sempre perigoso remate exterior, e foi ele quem abriu caminho à remontada nacional - ainda que com a conivência de Herrero.
Andou um pouco em contra ciclo com a equipa. Na primeira parte, em que Portugal esteve muito bem, e acutilante, Zicky foi quem mais teve dificuldades em participar no processo ofensivo da equipa, muito (bem) marcado por Marc Tolrà.
Na segunda parte, quando Portugal já perdia por 2-0, manteve a irreverência que o caracteriza, dando trabalho a literalmente todos os espanhóis. Acabou por levar a água ao seu moinho, fazendo o golo do empate que obrigou ao prolongamento.
Tem 34 anos, e desceu de divisão, em Espanha, a época passada. Foi convocado para o Mundial à mesma, e, para quem ainda não tinha visto Espanha jogar, ficou a perceber a sua chamada, hoje.
Adri fez tudo o que podia para que o desfecho da partida fosse outro. Ele fechou linhas de passe, desequilibrou na ala, descobriu colegas em posição exímia de finalização, bateu o livre que deu o 2-0, e ainda foi um dos criativos do 5x4+GR, no final do prolongamento.
É verdade que foi ele quem não converteu o livre de 10 metros no final da primeira parte, mas não retira ao facto de ter sido o melhor jogador espanhol na quadra.
O fixo espanhol foi o jogador menos desta partida. Demonstrou mais dificuldades que Tolrà em defender Zicky, e menos inteligência e segurança a progredir no terreno para o processo ofensivo.
Fica intimamente ligado a esta derrota por ter sido o autor do golo que confirmou a cambalhota no marcador... a favor de Portugal. Claro que não pretendia marcar golo na própria baliza, mas também não foi um lance de puro infortúnio, em que levou com a bola sem querer. Faltou-lhe tranquilidade e segurança num momento crítico da partida, e isso custou a eliminatória a Espanha.
2-4 a.p. | ||
Adolfo Fernández 22' Adri 23' José Antonio Raya 43' (p.b.) | André Coelho 31' Zicky Té 36' Pany Varela 48' |