O sonho está de pé e mais vivo que nunca!! Portugal virou o resultado com Espanha e está novamente nas meias-finais do Mundial, vencendo por 4x2 no prolongamento... depois de estar a perder por 2x0 já na segunda parte!
Para a história fica a resiliência e sofrimento de Portugal, que soube reagir à adversidade sem nunca deitar a toalha ao chão e que teve o mérito de acreditar sempre. E sim, mister, tem razão: há 20 anos que o diz e é cada vez mais verdade - somos melhores que eles!
Agora, Portugal vai ter de esperar pelo resultado do Irão x Cazaquistão, último jogo dos quartos de final do Mundial. Seja qual for o adversário, os olhos já estão postos na final de domingo...
A pressão era muita. A intensidade também. E o número de oportunidades seguiram o ritmo do jogo. Portugal e Espanha estavam perfeitamente conscientes do significado desta partida e encararam-na como uma verdadeira final, jogando com as cautelas necessárias para que nada fosse deitado por terra de forma prematura.
No fundo, a diferença na primeira parte foi a forma de pressionar - e Jorge Braz, na sua pausa técnica, explicou isso de forma exímia. Portugal pressionava alto a seleção espanhola mas, apesar de «chatear perto não forçava» a pressão, algo que Espanha fazia e muito bem, mantendo sempre uma grande intensidade ao portador da bola português.
Ainda assim, foi Portugal a entrar melhor no jogo e a criar parte das grandes oportunidades de golo da primeira parte. Algo que mudou quando, já com Portugal a sentir maiores dificuldades em ultrapassar a organização e objetividade espanhola, os campeões europeus ficaram tapados pelas cinco faltas, a meio da primeira parte. Aí, Espanha, que vinha apostando no bloco baixo organizado e transições rápidas, mudou o figurino e criou muitas dificuldades a Portugal.
Jorge Braz sentiu isso mesmo e forçou a pausa técnica, lembrando «a história do leão» aos seus jogadores. E Portugal não queria ser comido, reagindo de imediato e surpreendendo a Espanha que, fruto de uma precipitação de Bebé a poucos segundos do intervalo, até viu Adri desperdiçar um livre de 10 metros na cara de Vítor Hugo...
As equipas foram para o descanso com a clara sensação que faltava algo para chegar ao golo. Mas as duas chegaram à segunda parte de formas bem distintas, já que Portugal, quando entrou depois do intervalo... já estava a perder 2x0, fruto de um início terrível dos campeões europeus.
Ora, Raúl Campos deixou o primeiro aviso (remate à barra) e depois foram Adolfo - que Ortiz descobriu nas costas da defesa portuguesa - e Adri - num livre direto onde a barreira não fica bem na fotografia - que passaram das palavras aos atos e dificultaram muito a tarefa portuguesa para estes quartos de final.
Portugal demorou a reagir, mas acordou bem a tempo de discutir a passagem às meias-finais. Mas ia batendo sempre numa muralha que, quando menos se esperava, se mostrou furada. Perante a gestão quase perfeita de Espanha, André Coelho apostou na lei da bomba e viu Herrero vacilar. A Espanha ainda pediu Challenge, por suposta falta de Ricardinho, mas os árbitros não aceitaram o pedido e o jogo estava relançado.
E o que era um controlo absoluto de Espanha passou a ser um descontrolo de parte a parte. O jogo tornou-se partido e com mais tendência portuguesa, em busca do empate... que chegou de regra e esquadro. Quando Tiago Brito já se preparava para ser guarda-redes avançado, Zicky finalizou uma brilhante jogada portuguesa para o 2x2!!
Era tempo para os batimentos cardíacos aumentarem... de que maneira. Na jogada seguinte Pany atirou ao poste, fazendo Portugal sonhar, mas os segundos finais foram inteiramente espanhóis, com Nuestros Hermanos a ficarem constantemente perto do golo. Que, felizmente para Portugal, não chegou, ao contrário do prolongamento.
E aí... aguenta coração porque Portugal mereceu ser feliz! Em poucos segundos, Raya passou de quase herói a vilão, já que, num momento ia marcando um golo olímpico e no outro marcou... na sua baliza, traindo Herrero com um corte infeliz.
Era tempo de Portugal defender a vantagem. Fechou-se tudo o que eram linhas de passe e, com Espanha a apostar no 5x4 + GR, Portugal deu o golpe final através de Pany, marcando com a baliza deserta para o golo que qualificou os campeões para o sonho Mundial!!
ESTAMOS NAS MEIAS!!! QUE JOGO, QUE ORGULHO!!!#SPAPOR | 2-4 | #VamosComTudo #FutsalWC pic.twitter.com/9NYwjwvLHj
— Portugal (@selecaoportugal) September 27, 2021
2-4 a.p. | ||
Adolfo Fernández 22' Adri 23' José Antonio Raya 43' (p.b.) | André Coelho 31' Zicky Té 36' Pany Varela 48' |