O Benfica venceu, esta manhã, a Supertaça de Futsal Feminino, diante do Nun’Álvares. O 1-0 final não traduz a história do jogo, que teve oportunidades em número mais que suficiente para o placard final ser outro, mas Ana Catarina – a melhor em campo para o zerozero - mostrou-se imbatível. Do lado contrário, Maria Odete acabou por se destacar pela negativa, pois poderia ter feito mais no golo sofrido, que acabou por ditar o desfecho do jogo.
A primeira parte foi disputada e equilibrada, com o Nun’Álvares a mostrar a sua nova cara para 2021/2022: uma equipa ofensiva, que assume o jogo e procura construir caminho até à baliza adversária. O Benfica desta nova época – privado de Fifó e Janice, a sua principal referência ofensiva – assentou o seu jogo na espinha dorsal da equipa, com Inês Fernandes a assumir o comando da equipa, pensando o jogo de trás para a frente, com as águias a explorarem muito o corredor esquerdo do ataque, a ala de Sara Ferreira.
A primeira grande oportunidade pertenceu às Condestáveis, aos 3’, saída dos pés da inevitável Cátia Morgado, que deu a oportunidade à guarda-redes encarnada, Ana Catarina, de exibir toda a qualidade de quem ostenta o título de melhor do mundo. Perante um Nun’Álvares mais ofensivo, o Benfica respondeu de bola parada – e de forma certeira. Aos 6’, Maria Pereira cobrou um canto na direita do ataque do Benfica, tocando curto para o remate cruzado da capitã Inês que acabou no fundo das redes fafenses – um lance que deixa a ideia de que Maria Odete poderia ter feito mais.
O golo deu tranquilidade ao Benfica, e Pedro Henriques foi dando tempo a alguns dos reforços, com particular destaque para Angélica Alves, que parece estar a assumir a vaga de referência mais adiantada no ataque benfiquista. Do lado contrário, Pedro Nobre apostava tudo na experiência das internacionais Morgado, Taninha, Carla Vanessa e Pisko, com esta última a aparecer duas vezes em boa posição para finalizar, mas sem conseguir bater Ana Catarina. Cátia Morgado, a playmaker condestável, procurava inventar formas de ultrapassar a defensiva encarnada – que se via obrigada a recorrer à falta e ficou tapada aos 18’ – mas o placard não voltaria a mexer até ao intervalo.
A segunda parte começou com oportunidades em ambas as balizas, com as duas guarda-redes a brilhar e a fecharem as respetivas balizas. Aos 24’, o duelo entre Cátia Morgado e Ana Catarina proporcionou um dos melhores momentos da manhã – a condestável viu o adiantamento da guardiã encarnada, e armou um chapéu que ia direitinho à baliza, mas Ana Catarina esticou-se ao máximo, e salvou in extremis!
A partir daqui o Nun’Álvares comandou o jogo durante uns minutos, com muito mais iniciativa e oportunidades – que Ana Catarina não permitiu -, perante um Benfica declaradamente em 3:1, procurando esticar o jogo e ganhar as costas à defesa das fafenses. A estratégia permitiu uma grande oportunidade, aos 28’, mas Dricas chegou atrasada para a emenda do remate cruzado de Maria Pereira.
Os últimos 10 minutos de jogo foram demonstrando uma quebra do Nun’Álvares – que rodava muito menos a equipa, assentando sempre em Morgado, Pisko, Taninha, Carla Vanessa, lançando esporadicamente Ana Pires (Loira), Cátia Tavares e Liana, para descansar as colegas – e um Benfica a tirar partido disso, e da irreverência da juventude de Leninha, Inês Matos, Dricas e companhia.
Com pouco mais de quatro minutos para jogar, o Nun’Álvares foi apostando no 5x4+GR, com Morgado como guarda-redes avançada, mas o Benfica ia controlando a posse e atacando com tempo, para minimizar as oportunidades adversárias. Apesar disso, o Nun'Álvares consegui encontrar espaços na defesa encarnado, só nunca conseguiu encontrar entre Ana Catarina e os ferros, e nem mesmo com o Benfica tapado por faltas, e privado de Inês Fernandes no último minuto e meio (saiu lesionada), as fafenses conseguiram impedir as águias de somar mais uma vitória - e um título ao Cosme Damião.
1-0 | ||
Inês Fernandes 6' |