Três triunfos e um empate che à quarta jornada? No século XXI dá no mínimo direito à Europa

*com Cristiano Tavares Faria

Nos últimos anos o Valência tem sido notícia pelo culminar de insucessos desportivos com alguma instabilidade diretiva. Desde a entrada de Peter Lim, investidor que adquiriu o clube em 2014 e saiu no final da última época, o emblema che viveu uma autêntica montanha russa de emoções. A nível desportivo alternou entre campanhas de estofo europeu com outras abaixo do meio de tabela.

Novo mister, poucos reforços, resultados de outrora

Já sem o poderio financeiro e o charme desportivo de outros tempos para atrair jogadores de alto quilate, o novo técnico José Bordalás, foi ao mercado com critério e austeridade e a verdade é que não se tem saído mal.

Até ao momento, a presente campanha igualou o melhor registo do clube nas primeiras quatro jornadas da era Lim e do clube na La Liga no século XXI. Três vitórias e um empate é a sequência que tem causado sensação no país vizinho.

©Getty / Juan Manuel Serrano Arce

Pelo dedo do treinador espanhol foram adicionados os reforços Omar Alderete, emprestado pelo Hertha Berlim, e Giorgi Mamardashvili, jovem guardião georgiano que chegou do Dínamo Tbilisi e surpreendeu ao assumir-se como titular.

A próxima jornada põe à prova a turma de Bordalás diante do Real Madrid, numa 5ª jornada que em tudo pode fazer lembrar a temporada 2003/04. Se o Valência bater os merengues, iguala o registo dessa temporada - que culminou no título de campeão - precisamente frente ao mesmo adversário na mesma ronda.

Registo igual é sinónimo de passaporte europeu

Os fervorosos adeptos do Valência podem começar a sonhar com algo mais que os modestos 9º e 13º lugares nas últimas duas épocas.

Das outras vezes que tal aconteceu, o clube da Comunidade Valenciana amealhou um 5º lugar, em 2002/03, dois 4ºs lugares, dois 3ºs e ainda o já citado título de campeão espanhol, em 2003/04. Ou seja, este pecúlio «garante» pelo menos um lugar europeu. 

Já o recorde de invencibilidade deste século está à distância de mais cinco desafios sem conhecer o sabor da derrota, feito conseguido em 2008/09, pela equipa então orientada por Unay Emery, que só caiu à 9ª ronda.

Sem marcar presença na Champions desde 2019/20, irá o emblema valenciano fazer jus à tradição e embarcar de novo na rota europeia?