Recolher a primeira pedra 

São quase 40 anos de luta. De pedras. De obstáculos. De superações. De conquistas. O objetivo, agora, é tentar, mais uma vez, usar todas as pedras guardadas e construir um castelo. Ir, pela primeira vez, a um Mundial.

A frase é cliché, mas é este o mote escolhido pelo zerozero para lançar o jogo da seleção feminina de Portugal com a Turquia, agendado para esta quinta-feira. 

A equipa das Quinas, liderada por Francisco Neto, inicia em Alanya, cidade costeira no sul da Turquia, a caminhada de qualificação para o Mundial de 2023, organizado pela Austrália e pela Nova Zelândia, e tem um sonho em vista: a qualificação. 

A seleção nacional nunca marcou presença na fase final de um Mundial e, depois de uma histórica presença no Europeu em 2017, procura agora escrever mais uma bonita página de história. 

A qualificação é longa - dez jogos -, mas o aumento de vagas na qualificação da UEFA dá ânimo à seleção portuguesa para procurar o histórico apuramento. Recorde-se que se apuram, de forma direta, os primeiros classificados de cada um dos nove grupos, bem como os dois melhores classificados. Os restantes seis melhores 2ºs classificados seguem para um play-off.

Portugal, a par da Turquia, está integrado no grupo H, juntamente com Sérvia, Israel, Bulgária e Alemanha.

Grupo teoricamente favorável ao sonho

Num grupo aparentemente favorável a Portugal, uma vez que a seleção nacional foi, pela primeira vez, sorteada como equipa do Pote 2 - devido à melhor classificação de sempre no ranking FIFA [29º] - a Alemanha impõe-se como a seleção favorita à liderança do grupo [3ª ranking FIFA].  

Na teoria dos rankings, Portugal surge logo depois, em 30º, seguido da Sérvia (41º), Turquia (69º), Israel (71º) e Bulgária (79º).

©TFF

Histórico com a Turquia pende para Portugal

Quando ao primeiro adversário, a Turquia, a história é simples de contar. Ainda sem qualquer presença numa fase final de uma grande competição, a seleção feminina turca conta com 26 anos de existência. 

Fundada em 1995, a seleção feminina da Turquia tem em Didem Karagenç, Ebru Topçu  e Yağmur Uraz  as principais referências. Didem é atualmente a jogadora mais internacional em atividade (55 jogos), seguida de Ebru, com 51. Já Uraz apresenta-se como a grande goleadora da equipa, liderando a tabela das melhores marcadoras de sempre, com 23 golos em 40 internacionalizações. 

Relativamente ao confronto direto entre as duas seleções, o histórico é totalmente favorável a Portugal. Apenas com dois encontros entre as duas seleções - ambos de preparação - Portugal venceu aos dois por 2x0 e 2x1, em agosto de 2011. 

©FPF

Um novo capítulo sem Cláudia Neto

Relativamente à seleção portuguesa, este é também o primeiro jogo oficial após a retirada de Cláudia Neto, capitã da seleção nacional, e uma das melhores jogadoras portuguesas de sempre, que se despediu recentemente da equipa das Quinas. 

Em relação à última convocatória, para o play-off diante Rússia, Francisco Neto operou algumas alterações. Além de Cláudia Neto,  Ana Capeta ficou de fora, para a entrada de Suzane Pires, avançada luso brasileira que regressa à equipa das Quinas após vários anos de ausência. 

Assim sendo, e tendo em conta a importância do encontro para começar da melhor forma fora de casa, o zerozero aposta no seguinte onze, escolhido por Francisco Neto: Inês Pereira, Ana Borges, Sílvia Rebelo, Carole Costa, Joana Marchão, Dolores Silva, Tatiana Pinto, Jéssica Silva, Andreia Norton, Kika Nazareth e Diana Silva.