Jogo soberbo do lateral português. O camisola 20 esteve muito participativo no processo ofensivo da equipa das quinas, com vários cruzamentos venenosos, um deles que resultou no terceiro golo, e protagonizou um lance sensacional, ainda na primeira parte, com dois túneis a adversários, que deu um brilho ainda maior a uma exibição de mão-cheia.
Pisou terrenos que não lhe são desconhecidos, a fazer a ligação entre meio-campo e ataque, e sentiu-se como peixe na água. O maestro Bruno esteve diretamente ligado aos dois primeiros golos - o primeiro com um passe magistral para Bernardo e depois a descobrir Jota para o avançado do Liverpool assistir André Silva para o segundo - e pautou, muitas vezes, os ritmos do jogo.
O remate foi pouco ortodoxo, confuso à primeira vista, mas, vistas e revistas as imagens, só podemos aplaudir a execução do camisola 10 no lance que resultou no primeiro golo de Portugal. O passe de Bruno Fernandes é acima da média, mas Bernardo não quis ficar atrás do companheiro de equipa ao nível da execução. Aproveitou muito bem as inúmeras fragilidades defensivas dos azeris, tendo faltado apenas um pouco de definição em alguns momentos.
Os anos passam, mas a qualidade permanece... intacta! O experiente médio mantém a confiança de Fernando Santos e, de braçadeira de capitão no braço, protagonizou uma belíssima exibição em Baku, dando as armas necessárias aos companheiros da frente brilharem a grande altura. A experiência tem destas coisas.
Depois de uma assistência na primeira parte, para o golo de André Silva, Diogo Jota apareceu (ainda mais) em força na segunda metade. Foram várias as tentativas, algumas delas que esbarraram no guarda-redes azeri, outras não revelaram mais do que o desacerto, e acabou premiado por volta do minuto 75, ao subir ao segundo andar para desviar, de cabeça, a bola vinda do cruzamento açucarado de Cancelo.
Se João Cancelo esteve em destaque pela positiva no corredor, o mesmo não pode ser dito de Guerreiro, no lado contrário. O jogador do Borussia Dortmund revelou má tomada de decisão a nível ofensivo, rematando (mal) quando podia optar por algo melhor. Pouco assertivo nos duelos individuais, o defesa português não deixou um cruzamento para memória futura. Além disso, pouco do perigo do Azerbaijão apareceu pelo seu lado.
0-3 | ||
Bernardo Silva 26' André Silva 31' Diogo Jota 75' |