Portugal entrou com o pé direito na caminhada rumo ao Euro sub-21 de 2023, ao vencer a Bielorrússia por 1x0 no primeiro jogo, que marca também o início de um novo ciclo na seleção de Rui Jorge. O brilho foi efémero e quase resumido à primeira parte, mas os três pontos ficarão seguros na tabela, dando tempo a esta equipa de ganhar entrosamento e rotinas.
Um aquecimento descontraído, ao som de Daft Punk e carregado de sorrisos confiantes, deu lugar a um apito inicial que trouxe seriedade e silêncio nas bancadas e relvado, como se do fado se tratasse. Não havia guitarra portuguesa e sim uma bola, que rolou no Estádio José Gomes para dar o pontapé de saída num novo ciclo da seleção sub-21.
Quando os portugueses pediam um «conto de fadas», com um final mais feliz que o último, o narrador lançou-se a um evidente conto de Fábios. Silva o mais diferenciado no ataque, com constantes desmarcações e tentativas de finalização, enquanto que Vieira tentava fazer algo acontecer um pouco por todo o campo.
Com o 1x0 no marcador, o pé manteve-se no acelerador e a equipa de Rui Jorge a continuar a somar ocasiões de golo, frente a uma equipa bielorussa que apenas muito raramente conseguiu ligar três passes para sair do seu meio campo defensivo. Mas como nem tudo tinha contorno de fábula, o golo do conforto tardou em chegar, enquanto que o volume de ocasiões também ia reduzido.
O selecionador nacional optou por mexer na equipa, trocando o losango de meio campo por um mais tradicional 4-3-3, com Francisco Conceição e Gonçalo Borges a entrarem para as duas faixas. O resultado não foi o pretendido e as qualidade do jogo português desceu consideravelmente.
O barulho assustou mas foi apenas isso, num jogo que só terminaria depois de Gonçalo Ramos ficar a centímetros do tão procurado 2x0. Um início desapontante em termos de números, mas eficaz, com Portugal a colocar os seus primeiros três pontos na tabela.
São os mesmos suspeitos. Fábio Vieira e Vitinha, principalmente, mas agora acompanhados de outros jogadores capazes de desequilibrar através de técnica e inteligência, em oposição a atributos físicos. Portugal foi absolutamente dominante com bola graças a esta capacidade, ficando a faltar apenas a finalização e, em certos momentos, a decisão mais corretados avançados.
Portugal não conseguiu chegar ao segundo golo no momento em que várias oportunidades foram criadas, mas nada justifica a passividade verificada no final do jogo a nível defensivo. Depois de controlar, com bola, um jogo inteiro, os jovens lusos começaram a arriscar muito mais nos últimos instantes, desnecessariamente, deixando a via aberta para contra-ataques bielorrussos.