moumu 24-04-2024, 19:05
Cláudia Neto, a segunda jogadora mais internacional da história de Portugal, anunciou esta sexta-feira a sua retirada da seleção nacional. A capitã da equipa das Quinas, que atualmente representa a Fiorentina, anunciou através de comunicado que resolveu colocar um ponto final no seu percurso com a camisola de Portugal.
«Foi uma HONRA Portugal! Quero comunicar a minha decisão de terminar o meu percurso na Seleção Nacional.
Nesta hora, gostava de deixar uma palavra de agradecimento por todo o apoio e carinho que recebi ao longo destes anos em que representei Portugal. Obrigada a todas as minhas colegas que ao longo destes 17 anos tive o prazer de partilhar balneário, vitórias, derrotas e tantos momentos felizes, bem como a todos os treinadores que fizeram parte do meu percurso e crescimento.
Saio com um enorme orgulho no meu trajeto, foi uma HONRA jogar de Quinas ao peito nas 167 internacionalizações e envergar a braçadeira de capitã.
Desejo a continuação de maior sucesso. Estarei sempre a apoiar as cores do nosso país. Obrigada Federação Portuguesa de Futebol», pode ler-se na mensagem.
Internacional por Portugal em 135 ocasiões, Cláudia Neto termina esta caminhada com 20 golos marcados e uma histórica presença num Campeonato da Europa (2017): a única até ao momento na história da seleção feminina.
Por sua vez, também Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, deixou uma mensagem de agradecimento à capitã da seleção nacional.
«Gostaria de endereçar, em primeiro lugar, uma palavra de genuíno apreço pela forma frontal e fraterna como a internacional Cláudia Neto me anunciou formalmente a decisão de terminar o seu percurso na Seleção Nacional.
As suas cento e trinta e cinco internacionalizações e os dezanove golos marcados ao serviço da nossa equipa principal não conseguem, apesar do brilhantismo, fazer justiça ao legado que deixa na hora da partida: a verdade é que nenhuma estatística explica a forma como, dentro de campo, alavancou a transformação do futebol feminino e como inspirou várias gerações de jogadoras a tornarem-se melhores e, principalmente, a tornarem muito melhor a nossa Seleção Nacional.
Não será fácil resumir tudo o que mudou no futebol feminino desde que se estreou, no escalão sub-18, frente à Roménia, em maio de 2004, com a camisola das Quinas, mas é justo que o seu papel nessa mudança seja enaltecido: dignificou-se e dignificou a Seleção Nacional, o Desporto e ao País.
Diz o aforismo popular que a gratidão é a memória do coração. Em nome da FPF e do futebol português, agradeço todo o esforço, dedicação e talento que a Cláudia Neto nos ofereceu.
Despeço-me com uma palavra de felicidade e boa sorte para o seu futuro desportivo e pessoal. Sei, pelo que testemunhei do seu indelével percurso, que o sucesso estará à sua espera em qualquer caminho que, doravante, escolher trilhar.
Muito obrigado, Cláudia Neto!».