O Paris SG está, nos dias que correm, nas bocas do mundo desportivo, depois de ter garantido a contratação do astro argentino Lionel Messi a custo zero - isto após um mercado de transferências já muito ativo com as contratações de Sergio Ramos, Donnarumma, Wijnaldum e Hakimi -, mas as contratações milionárias dos parisienses têm já uma década e, por isso, o zerozero decidiu fazer um pequeno resumo daquilo que foi a última década (muito) mexida do Paris SG.
Curiosamente, tudo começou há precisamente dez anos. Em 2011, o investidor e milionário árabe Nasser Al-Khelaïfi chegou à presidência do clube e prometeu desde logo colocar os parisienses entre os grandes através de um projeto de cinco anos que pretendia colocar o Paris SG como o maior clube francês e, mais tarde, a nível internacional.
No verão desse ano começou o investimento do Paris SG e foram contratados uma série de jogadores para reforçar um plantel que na temporada passada tinha terminado em 4º lugar na Ligue 1. Thiago Motta (11,5 milhões de euros), Kévin Gameiro (11 milhões), Blaise Matuidi (8 milhões) e Alex (cinco milhões) foram algumas das contratações desse ano, mas a maior e aquela que significou o ponto de viragem na realidade parisiense foi o argentino Javier Pastore, que custou ao Paris SG 40 milhões de euros, proveniente do Palermo, tornando-se, na altura, a maior contratação de sempre do clube.
O primeiro ano do projeto milionário do Paris SG não correu, no entanto, como desejado, visto que terminaram em 2º lugar na Ligue 1, atrás do Montpellier. Contudo, isso não deitou abaixo as ambições de Al-Khelaïfi no comando do Paris SG e no verão seguinte o investimento subiu de 107,1 milhões de euros para 151 milhões, onde se destacaram as contratações de Thiago Silva (42 milhões), Lucas Moura (40 milhões), Ezequiel Lavezzi (30 milhões), Zlatan Ibrahimovic (21 milhões), um jovem Marco Verratti (12 milhões) ou até um experiente David Beckham (que chegou a custo zero). Aqui, o forte investimento teve efeito, uma vez que o Paris SG logrou em alcançar o seu 3º título de campeão francês da história, que fugia desde 1993/94.
Nas temporadas seguintes a constelação de estrelas continuou a aumentar nos balneários do Parc des Princes e o dinheiro a sair nos cofres do clube. Edinson Cavani (64,5 milhões), Marquinhos (31,4 milhões), David Luiz (49,5 milhões), Ángel Di María (63 milhões), Julian Draxler (36 milhões) ou até o português Gonçalo Guedes (30 milhões) e o espanhol ex-Sporting Jesé Rodríguez (25 milhões de euros) foram alguns dos maiores investimentos do clube entre 2013 e 2017 - foram gastos 301,5 milhões nesse período -, que resultaram em três títulos de campeão nacional, três Taças francesas, quatro Taças da Liga e quatro Supertaças.
Se até aqui o investimento era já avultado, tudo mudou em 2017/18. Com o fim do projeto inicial de cinco anos de Nasser Al-Khelaïfi, o domínio interno do Paris SG era já uma confirmação e a aposta agora passava por chegar à tão desejada glória internacional, de olhos postos num objetivo bem definido: a Liga dos Campeões.
Para isso, o investidor árabe não teve qualquer problema em escrever um importante capítulo na história do futebol e garantir a contratação de Neymar, na altura jogador do Barcelona, por uns impressionantes 222 milhões de euros, fazendo o avançado canarinho a transferência mais cara de sempre, um recorde que perdura até aos dias de hoje. Essa transferência não só deu um novo animo ao Paris SG para atacar a glória europeia, como também mudou aquilo que eram as dinâmicas das transferências internacionais, levando a que os valores crescessem e os recordes fossem cilindrados com mais facilidade.
E se companhia faltasse a Neymar, os parisienses trataram rapidamente disso. Depois de uma temporada emprestado pelo Monaco - num jeito de contornar o fair-play financeiro da UEFA), um jovem de seu nome Kylian Mbappé também se mudou em definitivo para Paris a troco de 145 milhões de euros, a segunda transferência mais cara da história do futebol.
Embora com nomes menos sonantes, as contratações (e os milhões) não pararam e jogadores como Leandro Paredes (40 milhões), Thilo Kehrer (37 milhões), Abdou Diallo (32 milhões), Idrissa Gueye (30 milhões), Keylor Navas (15 milhões) ou Mauro Icardi (50 milhões de euros) foram aumentando a contagem total de milhões de euros gastos nas últimas temporadas, até que chegamos a este verão.
Ao nível de negócios com outros clubes, o Paris SG gastou um total de 76 milhões de euros (60 para Achraf Hakimi e 16 para Danilo Pereira, que pertencia ao FC Porto), mas foi no mercado de jogadores livres que os franceses mais brilharam. Com um luxuoso lote de jogadores sem clube, os parisienses não tiveram problemas em abrir os cordões à bolsa ao nível de salários, comissões e tudo o que envolve este tipo de negociações e começaram por garantir a contratação do holandês Gini Wijnaldum, seguindo-se o experiente central espanhol Sergio Ramos e o guardião italiano Gigi Donnarumma.
Depois de Mbappé e Neymar, aquele que é, quiçá, o ponto mais alto destes últimos anos de contratações milionárias chegou. Lionel Messi vinha negociando por largos meses uma possível renovação com o seu clube de sempre, o Barcelona, mas algumas complicações financeiras e da La Liga levaram ao divórcio oficial entre as duas partes. O Paris SG não demorou e precisou de apenas cinco dias para garantir a contratação do astro argentino, que vai receber cerca de 35 milhões de euros por ano para as próximas duas épocas.
Completam-se, assim, (até ver) dez anos de enormes e milionárias contratações do Paris SG. Feitas as contas, foram gastos um total de 1257 milhões de euros em contratações (fora valores gastos em empréstimos), que fazem dos parisienses um dos clubes (a par do Manchester City) que mais gastou no período analisado.