O SL Benfica está em vantagem na eliminatória diante do Spartak Moscovo de Rui Vitória depois de bater os russos, na Otkrytie Arena, por 0x2. As águias rubricaram uma exibição sólida, eficaz e com personalidade, algo que não tinha sido demonstrado nos particulares anteriores. O conjunto orientado por Jorge Jesus, que surpreendeu ao usar o sistema de três defesas, foi globalmente superior, tendo confirmado esse maior domínio na segunda parte. O Spartak, por sua vez, criou alguns problemas na primeira parte, mas acusou o golo de Rafa em demasia e caiu drasticamente de produção, mostrando os já conhecidos erros coletivos que foram aproveitados pelo adversário. Por outro lado, Jorge Jesus somou a 14ª vitória sobre o homólogo Rui Vitória.
Na antecâmara da partida, o zerozero lançou alguns artigos sobre o Spartak Moscovo e a sua forma de jogar e alertou, precisamente, para o muito espaço existente entre os setores. Nesse capítulo, o Benfica foi astuto e percebeu onde estavam as maiores falhas do adversário que, com a presença do holandês Hendrix no meio-campo, mostrou uma versão mais cautelosa.
Quase 5 anos depois, o 🦅Benfica termina um jogo fora de casa nas competições europeias sem golos sofridos:
➡outubro 2016 🇺🇦Dynamo Kyiv
➡agosto 2021 🇷🇺Spartak
⚠No total, o Benfica esteve 22 jogos a sofrer golos nas deslocações nas provas europeias pic.twitter.com/Feu1MFvE2j
— playmakerstats (@playmaker_PT) August 4, 2021
Os encarnados conseguiram ser eficazes no momento da transição (ofensiva) e criaram, por quatro vezes, situações de grande perigo, quer através de ataques rápidos ou posicionais. O certo é que sempre que Rafa acelerou e Pizzi apareceu entre linhas, os russos tremeram. O primeiro esteve perto de marcar de trivela e o segundo falhou um lance clamoroso (o outro foi intercetado), mas foi Diogo Gonçalves que obrigou Maksimenko a intervenção apertada na sequência de um excelente envolvimento coletivo.
O Spartak, no entanto, optou por explorar a ala esquerda e a velocidade de Ayrton para criar perigo. Larsson surgiu isolado e deu o primeiro aviso, mas o lateral brasileiro conseguiu galgar metros com facilidade, criando desequilíbrios constantes e obrigando a uma maior solidariedade defensiva por parte das águias.
Na zona nevrálgica, os russos não foram superiores. Sobolev, sempre bem vigiado, não esteve confortável nem pelo ar e, à exceção das bolas paradas, só um remate de Umyarov assustou verdadeiramente, com Odysseas a responder positivamente a todas as tentativas que apareceram no seu caminho numa primeira parte marcada, também, pela lesão de Seferovic.
... Dá segurança e mais lucidez para ampliar. Exemplo disso foi, precisamente, a entrada a matar. Bastaram sensivelmente cinco minutos para o Benfica fazer o que parecia cada vez mais difícil. Rafa, claro está, aproveitou um passe de João Mário e, dentro da área, não deu qualquer hipótese de defesa ao guarda-redes contrário.
Chegar à vantagem nesse período tão específico deu o conforto pretendido para as águias que, com o passar do tempo, até podiam ter alargado o resultado. No entanto, não se livraram de alguns sustos, visto que Rui Vitória foi efetuando alterações ofensivas para dar mais algum atrevimento no último terço.
A sensação, ainda assim, era a de que o Benfica estava sempre mais perto do 0x2. A forma como a equipa conseguia variar e imprimir fluidez na circulação - a dupla Weigl-João Mário esteve excelente - dava a entender que um novo golo estava à espreita.
Para espanto, e aproveitando um momento de clara desatenção defensiva do Spartak, Gilberto, recém-entrado, furou e atirou para o segundo do encontro, dando a tão ansiada serenidade a um Benfica bem lançado para a próxima fase da competição.
Classe, personalidade e eficácia. Foi uma boa forma do Benfica se estrear oficialmente na temporada, colocando-se em ótima posição para atingir o play-off da Liga dos Campeões.
É um pouco difícil de compreender a forma como o Spartak se deixou abater pelo primeiro golo sofrido. Para além disso, os problemas defensivos (e coletivos) voltaram a saltar à vista e foram bem explorados pelo adversário.