Assim se gastam muitos cartuchos de fortuna

O Paços de Ferreira está apurado para a fase de grupos da Allianz Cup. No primeiro encontro oficial da época dos Castores, a equipa de Jorge Simão teve muitos problemas contra um dinâmico Gil Vicente, mas acabou por ser mais competente nas grandes penalidades após um empate (1x1) nos noventa minutos e garantir a continuidade na prova.

Apesar do resultado positivo, a qualidade de jogo dos pacenses esteve longe do que Jorge Simão certamente espera, com a participação europeia a começar já na próxima quinta-feira. Por sua vez, o Gil Vicente parece preparado para o início da Liga Bwin, apresentado uma qualidade de jogo muito aceitável.

Velocidades diferentes

Na primeira versão oficial dos pacenses na nova época, os Castores revelaram desde cedo problemas para ligarem o seu jogo e ultrapassarem a organização do Gil Vicente, mais intenso na partida e já com um encontro nesta prova nas pernas. Os homens de Barcelos tinham facilidade em recuperar a bola e, após a passagem dos primeiros minutos, assumiram-se como a equipa mais forte.

Vítor Carvalho tem estado em destaque neste início de época ©Rogério Ferreira / Kapta+

Contudo, o perigo esteve longe das duas balizas até ao intervalo. Através de alguns remates consequentes de jogadas rápidas, o Gil Vicente tentou várias vezes a pontaria de longe, mas sem grande sucesso. Vítor Carvalho, talvez motivado pelo golo decisivo em Tondela, deu cartas com a sua capacidade de recuperação, enquanto Samuel Lino esteve muito dinâmico pelo seu flanco. Para Jorge Simão, alguns motivos de nervosismo, com a equipa ainda a parecer longe de estar totalmente identificada com as ideias do seu treinador.

A inspiração pacense acabou por aparecer e logo momentos depois do reatamento da partida. Após várias tentativas, finalmente o passe longo teve sucesso e Lucas Silva desmarcou-se para ficar em excelente opção, cruzando de forma rasteira e perfeita até à finalização de Denilson Jr, avançado que está de regresso à Capital do Móvel.

Emoção não faltou

O resultado não refletia o que se estava a passar no jogo, mas, com muito mérito, o Gil Vicente esqueceu os lamentos e fez pela vida. A pressão aumentou, as oportunidades começaram a surgir em sequência e o empate apareceu: Hélder Ferreira facilitou perto da área pacense, Pedrinho recuperou e serviu o nipónico Fujimoto, que cruzou rasteiro para a finalização de Bilel ao segundo poste.

Com muita intensidade - grande nota de destaque pelo momento inicial da época - os Gilistas tentaram de todas as formas evitar as grandes penalidades, mesmo que abrindo alguns espaços para o contra-ataque adversário, onde Zé Uilton e João Pedro, apostas de Jorge Simão para a reta, estiveram perto de dar o golpe final no jogo. Os penálties acabaram por chegar, num castigo para a exibição dos homens de Barcelos. 

Na grande decisão, Murilo e Pedrinho falharam para os gilistas, enquanto João Pedro foi o único a não converter o seu penálti para o Paços de Ferreira. Cai o Gil Vicente, no entanto, há razões de muito otimismo para o que vem aí.