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    Acácio Santos levou ribatejanos à Liga 3

    Santos da casa que fazem milagres: «Aumentou a crença sobre o que é ‘ser de Santarém’»

    A União Desportiva de Santarém é um dos 24 clubes com lugar reservado na primeira edição da Liga 3. Após um surpreendente 3.º lugar na Série F do Campeonato de Portugal, apenas atrás dos 'profissionais' Alverca e Torreense, os escalabitanos ultrapassaram Marinhense e Condeixa na fase de subida, com duas reviravoltas épicas pelo meio, e alcançaram a subida de escalão.

    Acácio Santos
    2020/2021

    25 Jogos
    10 Vitórias
    9 Empates
    6 Derrotas

    37 Golos
    26 Golos sofridos

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    Acácio Santos. O homem que contrariou todas as expectativas e intrometeu-se numa luta que muitos pensavam não ser a sua. Aos 40 anos e com muita experiência acumulada por vários pontos da Europa, entre mestrado, pós-graduações, estágios, além de mais de 500 jogos analisados enquanto comentador do canal desportivo português SportTV, o treinador devolveu a crença e inspirou os ribatejanos. Santarém vai estar no mapa das competições profissionais

    Ao transformar uma equipa desacreditada numa equipa vencedora, Acácio potenciou jogadores e uma região, que se propõe a levar ainda a voos maiores. E assim aceitou continuar no comando técnico da U. Santarém para 2021/22. Sem rodeios, o jovem técnico abriu o jogo ao zerozero e falou sobre a importância do lado emocional no futebol.

    ©União Desportiva de Santarém

    «Comecei esta caminhada há 20 anos»

    zerozero (ZZ): Passaram cerca de três semanas desde o final da época 2020/21, que ditou a subida da U. Santarém à Liga 3. Surpreendente, para muitos. Qual o balanço que faz?

    Acácio Santos (AS): Antes de mais, aproveito para agradecer a oportunidade. É sempre bom ver o nosso trabalho reconhecido. Foi uma época muito boa. Éramos claramente outsiders. Senti isso a partir do momento em que comecei a questionar algumas pessoas sobre se este seria um bom projeto. Mas depois reuni com o José Gandarez [administrador da SAD] e percebi que havia ambição, havia sonho… Isso para mim bastou. Diziam-me que eu tinha jogadores de 2.ª e 3.ª linha, alguns deles que vinham de lesão grave, que provavelmente não iam dar em nada, outros problemáticos… Mas a verdade é que conseguimos construir a nossa realidade. A responsabilidade pelo nosso futuro é toda nossa, não é de mais ninguém. Foi isso que começámos a colocar na cabeça dos jogadores. Já naquilo que é a dimensão técnica e tática tive de quebrar processos pré-estabelecidos para que eles entendessem o jogo da maneira que eu acho que deve ser entendido e penso que isso acabou por resultar. A forma como gosto de ver o jogo é à base da inteligência e da tomada de decisão.

    ZZ: Portanto, não dizer aos jogadores o que têm de fazer, mas dar-lhes as ferramentas necessárias para que saibam o que fazer mediante aquilo que o jogo apresenta…

    AS: Sim. Todo o jogador traz o seu reportório e nós vamos limando esse mesmo repertório. Não vamos pôr problema, vamos pôr desafio. Esse reportório estava muito formatado ou castrado. Não gosto. Se um jogador tem qualidade técnica, se é irreverente e tem coragem, com capacidade de remate ou último passe, ele tem de libertar-se e tornar o jogo fluído. Com rigor e muita ambição para ganhar os jogos, o nosso jogo tornou-se adaptativo. Houve jogos em que tivemos de baixar linhas e sair em contra-ataque e ganhámos, outros jogos em que tivemos de assumir mais e ganhámos, outros a jogar com 10 e empatamos…

    ZZ: O facto de não existir grande expectativa em torno da equipa foi benéfico para o seu trabalho? Mais fácil trabalhar quando não esperam muito da nossa equipa?

    AS: Não lhe sei dizer se foi mais fácil ou mais difícil, pois não estive neste grupo num contexto em que éramos dados como favoritos. Na experiência que tive com um grupo que estava desanimado e pouco crente, a estratégia foi de máxima exigência, rigor e foco naquilo que era o sonho e ambição de cada jogador. Tive conversas individuais com os jogadores em que foram definidos objetivos concretos. Perguntei a cada um até onde é que acreditavam que podiam chegar. Não é aquele sonho de jogar a Champions, mas sim até onde achavam que conseguiam ir. A partir daí tens um compromisso com eles. Com isso afastei as expectativas sobre o resultado, que é aquilo que menos controlamos, e a única coisa que podia potenciar era o seu comportamento, as suas decisões. Se todos começam a trabalhar nessa ambição, todos trabalham muito para chegar a outro patamar. E quando um jogador dá menos no treino ou tem um comportamento menos positivo no jogo leva comigo… Eu digo-lhes: ‘com esse comportamento não chegas lá’. Esta é a força motriz.

    ZZ: Quando é que houve a perceção de que era efetivamente possível terminar a fase regular nos cinco primeiros lugares e, consequentemente, lutar pelo acesso à Liga 3?

    AS:  A crença interna era muito negativa quando assumi a equipa. Tínhamos menos seis jogos do que alguns adversários e uma derrota com o Alverca. O foco passou a estar no rigor e na exigência. Deu muito trabalho. Após os empates com o Loures e Lourinhanense, tivemos três semanas de paragem devido à Covid e isso deu-me espaço para trabalhar com eles a minha forma de jogar. Foi a minha pré-época. No regresso tivemos uma boa série sem derrotas, com seis vitórias e quatro empates, e alcançámos o primeiro lugar. Aí percebi que estava muito mais próximo de estar na Liga 3 com esta malta. Houve, nessa fase, uma maior perceção coletiva de competência.

    ZZ: Deixaram de existir dúvidas…

    AS: Sim. Ganhámos bem ao Alverca, depois perdemos com o Torreense e no fim de semana seguinte conseguimos confirmar um lugar nos cinco primeiros. Depois seguiu-se a preparação de uma fase desafiante, em que os jogadores não queriam lesionar-se precisamente para estarem bem na fase final. Foi giro.

    qDiziam-me que eu tinha jogadores de 2.ª e 3.ª linha, alguns deles que vinham de lesão grave, que provavelmente não iam dar em nada, outros problemáticos… Mas a verdade é que conseguimos construir a nossa realidade. A responsabilidade pelo nosso futuro é toda nossa, não é de mais ninguém...
    ZZ: Como é que se consegue encontrar o equilíbrio entre uma equipa recheada de jovens, muitos desconhecidos, na maioria não profissionais, com equipas 100% profissionais e com outros pergaminhos na competição?

    AS: Através do conhecimento do jogo. Comecei esta caminhada há 20 anos quando tive uma lesão grave e foquei-me no papel de treinador. Fiz um investimento muito grande. Tenho o UEFA PRO, um mestrado em Barcelona, pós-graduações na FMH, mais de 15 estágios em clubes europeus… Depois a passagem pela televisão também me permitiu uma análise muito grande. Foram mais de 500 jogos, da Champions à Segunda Liga. Além disso, fui ainda diretor do Atlético, analista do Pedro Caixinha na UD Leiria, adjunto na Grécia e na Malásia. Tive muitas aprendizagens incríveis ao longo da minha carreira. Para além desta esfera de conhecimento, também apostei muito no conhecimento do ser humano. Entrei muito na linha do coaching e da psicologia desportiva. O potencial do ser humano é incrível.

    ZZ: A parte mental assume especial importância no desporto de alto rendimento... 

    AS: Temos sempre muitas crenças limitadores que influenciam o nosso comportamento. E o nosso comportamento pressupõe ação. Aquilo que trabalhamos é definir o motivo para que a ação seja fluída e honesta. Não posso ser o melhor treinador do mundo a construir exercícios e com a melhor metodologia se depois não tenho capacidade de persuasão sobre os jogadores. De mobilização. Isso é liderança. Porque se um jogador estiver bloqueado ou que não confie no seu comportamento, eu posso ter o melhor exercício, mas ele não vai fazer com a mesma disponibilidade e capacidade de aquisição. Aprendi isso de forma muito dura na Grécia, onde apanhámos uma equipa 'para' Liga Europa que estava a discutir a descida. O grande impacto não era a questão técnico e tática, mas sim emocional. Tivemos de criar exercícios mais simples e de sucesso para que os jogadores estivessem motivados. Esse é o grande foco, aqui e em qualquer área. No fundo é ajudar a pessoa a descobrir o seu verdadeiro motivo para que a sua ação seja fluída.

    ZZ: Após a qualificação, a fase de aceso à Liga 3 não começou da melhor forma [derrota frente ao Condeixa], mas depois a equipa não perde mais nenhum jogo e garante a subida. Qual foi a mensagem? 

    AS: Tivemos duas semanas de preparação muito boas para essa fase, mas o grupo não estava assim tão preparado para esse nível tão profissional: filmar o treino, mostrar exercícios depois do treino… Demasiada informação e ruído para os jogadores. A semana seguinte a esse jogo foi muito dura. Fui para cima deles, pois não estava à espera desse olhar para o ruído e a mensagem passada foi a de que só jogaria contra o Alverca quem percebesse a oportunidade que era aquela fase final.

    ZZ: …

    AS: Houve seis alterações para o jogo com o Alverca e ficou tudo surpreendido. No sábado, um dia antes do jogo, dois jogadores foram dispensados porque tiveram comportamentos incorretos. Iam ser titulares, mas eu sou inflexível. Quem trabalha comigo tem de ter compromisso. Isso foi também uma mensagem de tremenda confiança para o grupo. Aí eles perceberam que o trabalho compensa e então voltámos aquela onda positiva e aí surgiu novamente a perceção de que era muito possível chegar a algum lado enquanto equipa.

    ZZ: Na reta final há dois jogos marcantes, duas reviravoltas consecutivas, ambos os jogos disputados na condição de visitante… Um sinal de superação?

    AS: Trabalhamos muito o processo adaptativo do ser humano. O que influencia essa adaptação. Se o jogo é o momento de maior estímulo, então todo o processo semanal tem de colocar estímulo para o jogo. Para garantir que há momentos de responsabilidade na parte final dos jogos. Quando estamos a perder 0x1 com o Marinhense, a equipa estava confiante, percebia que podia chegar ao golo. Com essa crença, aliada ao estímulo, a equipa não baixou o nível, nem a intensidade e as alterações funcionaram. O Iuri [Gomes] saiu do banco e fez dois golos.

    ZZ: Já frente ao Condeixa sofrem o 1x0 pouco antes do intervalo, o 2x0 no arranque da segunda parte e, mesmo assim, conseguem dar a volta… 

    AS: Sofremos esses dois golos contra a corrente do jogo. Depois foi o acreditar. Quando estás no banco as tuas substituições têm de passar uma mensagem. Se estou a perder 2x0 e vou lançar um central ou um médio eles vão perceber que eu não estou confiante e com medo de levar o 3x0… Então, aos 70 minutos, lancei um central [Jairo] para ponta de lança. Apesar de ser defesa tinha e tem as características que eu precisava naquela altura para a frente. Permitiu soltar o Vasco Lopes, o Flavinho, o Nuno André… O Jairo entra, fazemos o empate e o capitão, o Kiki, pergunta-me se baixamos linhas e eu digo: ‘Não, meu menino, isto é para ganhar!’. E assim foi. Com um golo do Jairo. Épico.

    ©União Desportiva de Santarém
     

    «O clube e a autarquia perceberam o impacto deste feito»

    ZZ: Qual a importância deste passo até à Liga 3 para o clube?

    AS: A dimensão da importância é dada por aquilo que o clube fizer a partir de agora. Se o clube não souber aproveitar, mesmo a cidade, a autarquia, os adeptos… Será sempre um feito que servirá mais para nós, de valorização de jogadores e equipa técnica. Os acontecimentos positivos ou negativos têm a dimensão que lhes damos. Só renovei depois de perceber que eles se aperceberam da dimensão, perceberam o que era a Liga 3. Isto vai ter ramificações para a formação e posicionamento da cidade no panorama desportivo nacional. Está a ser feito um investimento muito grande ao nível de infraestruturas e isso dá-me o sinal de que o clube e a autarquia tiveram perceção do impacto. Estamos a construir algo. Queremos ser dinamizadores e mobilizadores.

    ZZ: O Acácio já consegue ter uma perceção clara daquilo que esta liga pode trazer ao futebol português?

    AS: Acima de tudo, são 24 equipas muito competitivas. É a nata do Campeonato de Portugal, que vai recolher os melhores jogadores do CP e alguns da Segunda Liga. Será um espaço de desenvolvimento da competitividade dos jogadores. Isso é muito bom. Os jogadores vão chegar mais filtrados à I e II ligas. Vai ser giro.

    qNão quero que ninguém fique na U. Santarém sem olhar para as outras propostas. Quero que analisem tudo e quero que concretizem os seus objetivos, sejam eles de Primeira ou Segunda ligas, estrangeiro ou até mesmo de CP para ganharem ou jogarem mais
    ZZ: Vários jogadores da U. Santarém acabaram muito valorizados e certamente que vão haver mexidas, tanto ao nível de entradas como de saídas. O que nos pode revelar em relação ao plantel do próximo ano?

    AS: Aquilo que foi passado aos jogadores na época passada foi para trabalharem de forma a conseguirem melhorar as suas vidas. Não tenho dúvidas de que os jogadores saíram muito mais valorizados e têm hoje muito mais pretendentes do que antes de irem para a U. Santarém. Têm de aproveitar isso. Não quero que ninguém fique na U. Santarém sem olhar para as outras propostas. Quero que analisem tudo e quero que concretizem os seus objetivos, sejam eles de Primeira Liga, estrangeiro ou até mesmo de CP, para ganhar ou jogar mais. Depois naturalmente alguns vão ficar no plantel. […] Está a ser tudo feito de forma criteriosa, os alvos estão identificados.

    ZZ: O Acácio conhece a sua equipa melhor do que ninguém. Convido-o agora a despir o fato de treinador para vestir o fato de espectador e pergunto-lhe o que mais gosta de ver na sua equipa?

    AS: É gira a questão… Nota-se que existe uma união muito grande e uma vontade enorme dos jogadores em querer ganhar. É uma equipa com muitas soluções táticas, seja bloco baixo, pressão alta, posse de bola, contra-ataque… Não consegues definir um padrão de jogo da U. Santarém, mas sim uma necessidade adaptativa para o resultado. Uma equipa com instinto de sobrevivência.

    ZZ: Infelizmente, esta caminhada não foi feita com a presença dos adeptos nas bancadas. Não tiveram essa oportunidade… Mas como foi vivida essa ligação com os adeptos perante algo tão bonito? 

    AS: Assumimos essa responsabilidade. Foi bom sentir esse crescimento. Passámos a ser inspiradores e parece que aumentou a crença sobre o ‘ser de Santarém’, ‘ser ribatejano’, pertencer a uma cidade que é capital de distrito e que está afastada há alguns anos da lide futebolística e que agora tem alguma expressão. Depois é sair de casa e ir a uma loja e ouvir: ‘grande trabalho, nunca pensei’. Aí a mensagem só pode ser uma: ‘Acreditem que tudo é possível’.

    ZZ: E quando chegar a pergunta: ‘então, o que podemos esperar agora da próxima época?’. Já tem pronta a resposta?

    AS: Queremos ganhar todos os jogos, aproveitar a vida a estarmos a fazer o que mais gostamos e nunca ser vítimas do nosso comportamento. Quero uma equipa que queira ganhar os jogos todos. Não quero uma equipa que pense que o 6.º lugar é bom.  Se puder colocar o U. Santarém na Segunda Liga, coloco, se os outros forem melhores, um abraço, mas eu vou tentar com tudo. Agora é ver se os jogadores e estrutura acompanham. Isto é um jogo onde o objetivo é ganhar e eu vou trabalhar, trabalhar, trabalhar para tornar tudo possível. Temos de olhar para este ano como uma oportunidade para melhorarmos as nossas vidas.

    ©Arquivo Pessoal
     

    «Em Portugal não me conheciam enquanto treinador…»

    ZZ: Conta com mais de 20 anos na área técnica, mas pergunto-lhe muito diretamente qual o impacto que esta época de reconhecido sucesso teve no seu percurso?

    AS: Em termos práticos coloca-me mais no mercado português. Esta época permitiu-me mostrar que há competência no meu trabalho enquanto treinador de futebol.

    ZZ: Em determinado momento sentiu algum estigma em relação ao seu passado como comentador [na SportTV]?

    AS: Claramente. Havia estigma, mas respeito pelo meu papel enquanto comentador, que penso que tenha sido educativo. Mas não me conheciam enquanto treinador. Tinha mais convites para a Grécia ou para voltar para a Ásia do que para treinar em Portugal.

    qHavia estigma, mas respeito pelo meu papel enquanto comentador, que penso que tenha sido educativo. Mas não me conheciam enquanto treinador
    ZZ: Agora sente que já o conhecem mais no papel de treinador em Portugal?

    AS: Acredito que sim. Houve muitas abordagens para outros clubes, mas nenhum me moveu para sair da U. Santarém. Vamos ver no futuro. Sou muito ambicioso e quero estar nas ligas profissionais. Mas estou muito tranquilo em relação a isso. Conseguimos colocar uma equipa na Liga 3 que se pensava que ia lutar para não descer. Tivemos dois jogadores nas seleções, outros a darem o salto… Alguma coisa foi bem feita.

    ZZ: A valorização dos jogadores acaba por ser aquelas medalhas invisíveis?

    AS: Sim. Isso e o crescimento do clube e das pessoas. Não olho para o futebol numa perspetiva isolada, mas sim enquanto sociedade. Há uma grande escolha na intervenção que quero na sociedade. Vou tentar que quem esta à minha volta tenha comportamento positivo, que todos saiam melhores pessoas, mais humildes, mais crentes nas suas qualidades. Uma sociedade mais feliz é uma sociedade mais saudável. 

    ZZ: Relativamente ao futuro, o Acácio é uma pessoa que olha muito mais para o presente ou consegue definir objetivos a longo prazo?

    AS: O crescimento vai ser muito rápido. Preparei-me muito para isto, portanto o crescimento vai ser rápido, fruto da consequência daquilo que é a minha essência. Tenho muito bem definido qual a minha intervenção: potenciar estruturas e jogadores. Se conseguir isso vou estar mais perto do sucesso e mais perto de subir. Não por ser melhor ou pior do que os outros. Não me comparo aos outros.

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