Outrora grandes no mundo do futebol juntamente com a República Checa, com quem formavam a Checoslováquia, a Eslováquia passou um longo período longe das grandes provas de seleções após a independência, em 1993. Só em 2010 conseguiu marcar presença no Campeonato do Mundo e só em 2016 chegou o primeiro Europeu. Agora, depois de terem falhado a qualificação para o Mundial 2018, voltam aos grandes palcos.
A qualificação não foi fácil – só foi conseguida no play-off depois de eliminarem a República da Irlanda nas grandes penalidades e a Irlanda do Norte no prolongamento – e muitos dos destaques individuais parecem já ter ultrapassado a sua melhor fase, mas os eslovacos agarram-se à experiência para tentar voltar a surpreender, à imagem do que aconteceu no Euro 2016, em que atingiram os oitavos de final, caindo apenas aos pés da Alemanha.
Para além de complicada, a qualificação da Eslováquia envolveu ainda uma troca no comando técnico a meio do play-off. Saiu Pavel Hapal, responsável por liderar o rejuvenescimento da seleção após o falhanço em 2019, e chegou Stefan Torkovic, antigo diretor da federação e treinador adjunto da seleção, que garantiu o apuramento. Ainda assim, depois disso, já houve uma Liga das Nações que acabou com despromoção e um início de qualificação para o Mundial atribulado, com dois empates inesperados, mas uma vitória frente à Rússia aliviou a situação.
Apesar da convocatória contar com vários nomes experientes, é igualmente verdade que conta com vários elementos que atuam em campeonatos periféricos ou mesmo em divisões secundárias, o que torna a missão de Torkovic ainda mais complicada. É também por isso que a estratégia eslovaca passa, sobretudo, pelo equilíbrio defensivo – zona do terreno onde se destaca Skriniar - e por se fazer valer do coletivo.
A caminhada eslovaca começa dia 14 de junho, diante da Polónia, em São Petersburgo, e um bom resultado será crucial para fugir a um destino que parece traçado, mas que, como o futebol já nos habituou, está longe de ser uma certeza.
Mesmo estando longe do fulgor de outros tempos, aos 33 anos, Marek Hamsik continua a ser a grande figura desta Eslováquia, passando por ele todo o jogo ofensivo. O médio que se destaca pela facilidade de remate e pela visão de jogo é o jogador mais vezes internacional pelo seu país e ainda o melhor marcador de sempre.
Antigo diretor técnico da federação e treinador adjunto da Eslováquia no último Europeu, chegou ao cargo de forma inesperada, depois de um despedimento a meio do play-off. Inicialmente o plano até era que fosse treinador interino, mas o sucesso no play-off acabou por fazer com que continuasse, tendo agora o seu maior desafio enquanto treinador principal.