Com o início do Euro 2020 ao virar da esquina, está na altura de conhecer todas as 24 equipas que vão participar no maior torneio de seleções do Velho Continente. Durante os dias que antecedem o pontapé de partida, o zerozero apresenta-lhe o perfil de cada seleção, assim como a sua figura e técnico.
Poucas seleções têm apresentado uma qualidade tão constante como a Croácia nas grandes competições mais recentes, mas o título tem escapado à geração de Luka Modric e companhia. Os anos passam e para vários jogadores desta equipa o Euro 2020 apresenta-se como uma das últimas oportunidades de sucesso a este nível, com a pressão a estar, desta forma, muito elevada para os homens de Zlatko Dalic.
A ressaca da final perdida no Mundial da Rússia não tem sido fácil para este conjunto. Elementos experientes como Vedran Corluka, Ivan Rakitic e Mario Mandzukic deixaram de fazer parte das opções e a nova geração não tem sido capaz de substituir estes jogadores, estando um processo de reconstrução já em andamento. As prestações na última Liga das Nações e nos mais recentes jogos de qualificação não deram os melhores sinais, mas a Croácia continua a ter jogadores talentosos e que se podem superar num competição deste tipo.
É impossível não escrever sobre equipa sem destacar o grande impacto que Luka Modric mantém nos croatas. O craque do Real Madrid continua a ser o maestro ofensivo desta equipa e pelos seus pés vai passar muito de um eventual sucesso do seu país neste Europeu. O meio-campo é mesmo o ponto mais forte desta seleção, onde Marcelo Brozovic assume um papel decisivo nos equilíbrios.
De uma aposta num losango no centro do terreno, Zlatko Dalic parece agora inclinado para a utilização do 4x2x3x1 como principal sistema do seu conjunto neste torneio. O ataque croata procura a construção apoiada e trabalhar os lances através da mobilidade das unidades mais ofensivas, aspeto em que Ivan Perisic continua a ser bastante solicitado. A equipa, no entanto, tem revelado uma grande ineficácia na conversão das muitas oportunidades criadas e é importante Andrej Kramaric apareça em forma neste aspeto.
Em sentido oposto, a defesa croata revela alguns problemas no controlo da profundidade e sofre após o adversário ultrapassar o primeiro momento de pressão. Os experientes Dejan Lovren e Domagoj Vida não são sempre fiáveis a nível de concentração e apenas um deles deve ser titular junto de Caleta-Car, elemento em forma após a boa época no Marselha. Nas laterais, Vrsaljko é o dono do lado direito, enquanto Barisic parece ter ganho a corrida contra Bradaric no outro flanco.
Na baliza, o final da era Danijel Subasic obrigou ao lançamento de Dominik Livakovic às feras, com o guardião a dar boa conta do recado. O coletivo não parece tão forte como outros tempos, mas o passado recente dos croatas deve ser respeitado, nem que seja pela magia do seu capitão. O jogo de abertura frente à Inglaterra pode definir muito do que vai ser esta campanha.
Produto da conhecida formação do Dinamo Zagreb, o médio rapidamente estabeleceu-se como uma das maiores promessas do futebol croata. Após um período de adaptação, começou a demonstrar o seu perfume na Premier League ao serviço do Tottenham, algo que não ficou despercebido para o Real Madrid. Chegou aos Merengues em 2012 e em Madrid atingiu os maiores feitos da sua carreira a nível coletivo e individual, com destaque para a bola de ouro em 2018. Aos 35 anos, falta apenas um título pela sua seleção...
Após alguns anos no Médio Oriente, foi uma aposta surpreendente da federação croata numa altura em que a seleção estava em sério risco de falhar a participação no campeonato do mundo. Além de ter assegurado a presença na grande competição, levou o seu país a uma inédita final e apenas caiu perante a poderosa França. O caminho para o Euro 2020 teve altos e baixos, sendo esta uma competição importante para o técnico confirmar os seus créditos