O Sporting bateu, esta quarta-feira, o FC Porto (86x85) no 5º e último jogo da final da Liga Placard, num encontro que ficou marcado por um lance a um segundo do fim que deixou os dragões em grande contestação. No final do jogo, o diretor do FC Porto Vítor Hugo juntou-se à onde de críticas à arbitragem e admitiu a hipótese do clube desistir do basquetebol.
«Esta final ficou marcada por decisões polémicas sempre contra o FC Porto. Aquilo que se passou hoje foi uma das maiores roubalheiras a que já assisti. Já recebi mensagens do nosso presidente, que está indignado, bem como de outros elementos da Direção e até de jogadores de equipas adversárias, que manifestaram o seu espanto por aquilo que aconteceu», começou por dizer o dirigente, em declarações às plataformas oficiais do clube.
«Na próxima semana vamos ter uma reunião para decidir de vale a pena manter uma modalidade que fizemos regressar à Primeira Divisão e na qual temos dignificado o clube. Esta equipa é a prova disso, mas aquilo que se passou hoje é gravíssimo. Foi uma roubalheira monumental. Não foi só o jogo de hoje. É inacreditável o que aconteceu hoje, portanto vamos ter que repensar a modalidade. Estou solidário com o FC Porto, com a minha Direção e com os sócios, que vibraram connosco e estão revoltadíssimos. O que aconteceu hoje é de uma indignidade brutal. É uma vergonha!», acrescentou.
Também o treinador do FC Porto, Moncho López, abordou o tema da arbitragem: «Como é evidente, é difícil opinar neste momento e não deixar sair cá para fora as coisas que pensei e penso. Estou tranquilo. Primeiro, quero dar os parabéns aos meus atletas, pois muitos disseram que o Sporting ia ganhar 3-0 na final e não foi. Demonstrámos até ao último segundo do último jogo que tínhamos capacidade para sermos campeões numa época muito difícil por muitas circunstâncias. Parabéns também ao Sporting por ter lutado até ao fim e por ter feito o que fez para contrariar a nossa capacidade competitiva, que foi muito elevada na final. Estou há muitos anos em Portugal e já vi coisas que gosto muito e outras que gosto menos, mas o que aconteceu hoje é algo inadmissível.»
«Foi uma arbitragem que mostrou uma clara tendência de prejudicar a nossa equipa e podemos ficar com a jogada final: há uma falta que não se apita sobre um jogador nosso e que nos dava a possibilidade de ir para a linha de lance livre e vencer o jogo. Quem sabe o que aconteceria depois, mas é inacreditável que não se apite aquela falta. Houve um critério desigual durante todo o jogo, o que me faz pensar que foi intencional. Custa, sobretudo quando falamos de árbitros deste nível, internacionais, mas com a frieza que estou a falar podemos ir atrás na série, a outros jogos. Muitas vezes sentimos que havia a tendência de apitar com critérios díspares. Isto é um fraco favor ao basquetebol português, suja a modalidade e põe em causa muitas coisas. Quem percebe de basquetebol, como eu, não ficará só com o lance final. O que aconteceu faz-me lembrar campeonatos de terceiro mundo, nos quais há estratégias para prejudicar um determinado clube. Não quero falar demais, pois se disser tudo o que compenso se calhar até estou a cometer um crime. O que tenho de dizer é que o FC Porto e os seus adeptos merecem mais respeito. Isto foi uma falta de respeito muito grande à instituição e à massa adepta portista, além de ser um atentado à modalidade», concluiu.
Nas bases das críticas da equipa portista está um lance que aconteceu já no último segundo do jogo, quando Nevels, base do FC Porto atacou o cesto do Sporting - quando o jogo estava empatado a 85 - e ficou a pedir falta, que não foi assinalada. Na sequência, o Sporting ganhou o ressalto e a equipa de arbitragem considerou que existiu falta dos dragões - o que também causou grande contestação -, levando o Sporting para a linha de lance livre, uma vez que o FC Porto já tinha ultrapassado o limite de faltas. Micah Downs cobrou um dos dois lances livres e acabou por dar a vitória e o título ao Sporting.