Josef Bican é um dos maiores nomes de sempre a vestir a camisola da seleção austríaca, mas esta geração da Áustria é conhecida como uma das melhores (senão a melhor) de sempre daquele país e o facto de contar com praticamente toda a sua equipa (20 em 26) a jogar na Bundesliga e com nomes como David Alaba, Marcel Sabitzer ou Marko Arnautovic apoia essa fama.
Apesar de ter esta fama, esta geração austríaca tem vindo a desiludir nos últimos anos no que toca à procura de resultados. Longe de ser candidata à conquista de títulos, a Áustria tem vindo a falhar a qualificação para os Mundiais desde 1998 e as últimas (e únicas) vezes que esteve em Europeus foi 2016 e 2008 (era organizadora). Esta vai ser a derradeira prova de fogo para esta geração, num grupo acessível às suas ambições: passar a fase de grupos.
Com uma estreita relação, devido à proximidade, com a Alemanha, a Áustria retém muito do estilo germânico no que ao futebol diz respeito e foca-se muito numa ideologia ofensiva e de posse. Nos últimos anos, os jogadores austrícacos têm vindo a crescer em qualidade e quantidade, destacando-se tanto a nível interno como no exterior (em especial na Bundesliga).
A Áustria tem uma grande profundidade de escolhas nos dias que correm e a oferta no miolo do campo é a que mais se destaca. A estrela da companhia é o polivalente David Alaba, que na seleção até chega a ocupar a posição de médio ofensivo ou de extremo em certas ocasiões, embora no Bayern Munchen (na próxima época vai representar o Real Madrid) ocupasse terrenos mais recuados.
Na baliza, Bachmann (Watford) e Schlager (LASK Linz) concorrem pela vaga de titular, enquanto a defesa tem dois nomes com lugar quase sempre «reservado», Martin Hinteregger e Stefan Lainer, e dois com maior rotação. Ao lado de Hinteregger, Dragovic e Lienhart lutam por um lugar, enquanto na ala esquerda o experiente Ulmer parte em vantagem, mas com o adaptado Trimmel sempre à espreita.
Ao nível de referências ofensivas, a Áustria peca um pouco pela ausência de verdadeiros extremos desequilibradores (daí advém um pouco do seu foco no miolo), destacando-se o ala Valentino Lázaro, que, assim como Alaba, na seleção ocupa terrenos mais adiantados, ao contrário do clube. Na frente do ataque, a figura maior é o irreverente Marko Arnautovic, mas a sua inconstância leva Foda a apostar em certos jogos em Sasa Kalajdzic, um avançado possante (2 metros), que fez 17 golos nesta temporada ao serviço do Stuttgart.
Assim como acontece com a Ucrânia, o foco no grupo está em lutar pelo 2º lugar no Grupo C, mas para que isso aconteça não se podem deixar surpreender pela underdog Macedónia e terão que dar luta à favorita Holanda. Caso consiga passar a fase de grupos, a Áustria conseguirá a sua melhor prestação de sempre num Europeu. Caso falhe esse objetivo, será a confirmação da desilusão desta geração.
O polivalente jogador é, com alguma distância, a maior estrela do seu país. Seja a central, lateral, médio defensivo, médio centro, médio ofensivo ou até a extremo, é indiscutível e muito do jogo da equipa passa por si. O seu pé esquerdo guia a equipa a nível ofensivo e a sua cabeça e inteligência acalma a equipa na defesa. É fundamental no esquema tático austríaco.
Um treinador com um percurso, até agora, modesto, mas firme. Fez quase toda a sua carreira de técnico no Sturm Graz (um total de 14 temporadas), mas pelo meio aventurou-se nos alemães do Kaiserslautern - onde conseguiu subir ao 2º escalão alemão. Em 2017, mereceu a confiança da Federação da Áustria e desde aí soma 20 vitórias, nove derrotas e quatro empates. Tem a missão de transformar esta geração em algo histórico para o seu país.