Não há duas... sem três! O SC Braga bateu o Benfica (2x0) pela terceira vez na temporada que agora finda para bracarenses e lisboetas, e conquistou a terceira Taça de Portugal da sua história.
No Estádio Cidade de Coimbra, um golo na primeira parte, em cima do apito para o intervalo, e outro na etapa final do segundo tempo, revelaram-se suficientes para o conjunto liderado por Carlos Carvalhal fechar com chave de ouro uma época desgastante, mas, no cômputo geral, também ela bastante positiva.
À partida para a final com o SC Braga, o eixo central era uma dor de cabeça para Jorge Jesus. Lucas Veríssimo não entrava nas contas devido a lesão - houve ainda a dúvida em torno de Jan Vertonghen, mas que foi titular - e era obrigatório mudar. O treinador das águias podia ir pelo sistema de quatro defesas ou apostar no jovem Morato e manter o esquema de três centrais. Optou pelo segundo.
Depois de perder a final da Taça em 2002 pelo Leixões, Carlos Carvalhal conquista o troféu pela 1.ª vez na carreira
⚠Títulos de Carlos Carvalhal enquanto treinador:
➡Taça🇵🇹 2021 (SC Braga)
➡Taça Liga 2008 (Vitória FC)
➡II Divisão B 2003 (Leixões) pic.twitter.com/yS91ibtaVN
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Como se não fosse suficiente, foi precisamente pelo setor defensivo que o Benfica mostrou alguma irregularidade. Linha subida, a convidar a velocidade dos atacantes adversários, e vários momentos em que a comunicação ficou muito aquém do mínimo exigido no futebol de alto rendimento. Morato e Grimaldo andaram muitas vezes desencontrados e foram vários os momentos de aperto junto à baliza das águias, por força dessa descompensação defensiva, sobretudo a partir da meia hora de jogo, já depois de Helton Leite ter deixado o clube da Luz em inferioridade numérica.
O guardião brasileiro travou Abel Ruiz, quando o avançado espanhol se preparava para ficar sozinho, ainda que algo deslocado da baliza contrária, e o árbitro Nuno Almeida não teve dúvidas: cartão vermelho. Discutível, mas sem discussões para o árbitro. Entrou Vlachodimos e foi num erro do guarda-redes helénico que nasceu o golo... depois de duas excelentes oportunidades para o Benfica chegar à vantagem.
Saída em falso da baliza, quando a bola parecia aparentemente controlada por Jan Vertonghen, no entanto o esférico acabou nos pés de Piazón e o brasileiro aplicou um chapéu perfeito que só parou nas redes contrárias. Um balde de água gelada para o Benfica em cima do apito para o intervalo!
Se é verdade que Vlachodimos comprometeu na primeira parte, justiça seja feita ao camisola 99 no segundo tempo. Uma, duas, três, quatro, cinco... Uma mão cheia de boas intervenções, num rodopio de oportunidades para os minhotos, no primeiro quarto de hora da 2.ª parte, que manteve o Benfica ligado à discussão do resultado. Pelo menos até ao minuto 85.
4.º 🏆título do SC Braga nas 10 últimas épocas:
➡Taça Liga 2013
➡Taça Portugal 2016
➡Taça Liga 2020
➡Taça Portugal 2021 pic.twitter.com/Tc3N0Ipb8Z
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Galeno, Abel Ruiz, Castro e Piazón, todos eles procuraram a sorte, entenda-se o golo da tranquilidade, mas foi pelos pés de Ricardo Horta que chegou a confirmação, não só da vitória como de um domínio avassalador nos segundos 45 minutos, perante um Benfica com poucos argumentos para contrariar o ímpeto ofensivo do adversário. Nem as alterações ajudaram.
Esgaio recuperou a bola no corredor direito, colocou-a nos pés de Horta e o camisola 21 fez o resto. 2x0. Felicidade no lado minhoto, desilusão no lado lisboeta. Um misto de emoções, algumas delas levadas ao limite.
Ainda assim, nada que justificasse a confusão praticamente no final do encontro entre as duas equipas, jogadores e respetivos bancos, que resultou nas expulsões de Taarabt e Piazón e ainda do treinador de guarda-redes do SC Braga, o antigo internacional português Eduardo. Momentos que em nada dignificam o espetáculo, nem o futebol português.
O golo de Piazón, um chapéu perfeito a Vlachodimos, abriu caminho para a vitória minhota na final da Taça de Portugal. Em superioridade numérica e na frente do marcador, o SC Braga geriu muito bem o resto da partida.
Espera-se que uma final seja um verdadeiro espetáculo, em que se privilegie o futebol jogado e não as cenas a que se assistiram na reta final, a envolver várias trocas de mimos entre os jogadores das duas equipas e respetivos bancos. Nada bonito.