19 anos depois, o Sporting é de novo Campeão Nacional. No jogo do título, os leões apresentaram-se a grande nível, realizaram uma bela exibição e não tiveram dificuldades em vencer o Boavista, apesar do desperdício em frente à baliza, consumando assim a tão desejada conquista, para delírio dos milhares de sportinguistas nas imediações de Alvalade.
No jogo que podia decidir o título, Rúben Amorim manteve a base, apostando apenas no regresso de Porro – acabou substituído em lágrimas por lesão aos 15 minutos -, e a superioridade foi clara, desde o primeiro minuto. De resto, a primeira grande oportunidade surgiu ainda antes dos primeiros cinco minutos estarem consumados, num remate cruzado de Nuno Santos ao poste.
As oportunidades sucediam-se e não tinham qualquer tipo de resposta do outro lado, pelo que parecia uma questão de tempo até que os milhares de adeptos que estavam no exterior de Alvalade, mas se faziam ouvir no interior, pudessem festejar. E foi mesmo. Nuno Santos, um dos mais ativos na primeira metade, recebeu de João Mário e cruzou rasteiro para o desvio certeiro de Paulinho que, depois de tanto ser acusado de não aparecer, apareceu no momento certo e deu vantagem aos leões.
O intervalo já estava próximo, mas nem por isso o Sporting tirou o pé do acelerador – Feddal ficou perto do golo na sequência de um pontapé de canto -, só que também não se livrou de um susto. Naquele que foi, talvez, o único lance de ataque do Boavista em toda a primeira parte, Nuno Santos teve tudo para marcar, mas Adán agigantou-se e segurou a vantagem mínima.
Não fosse o intervalo e não se teria notado a diferença de uma parte para a outra. Os leões regressaram do balneário novamente a todo o gás e as oportunidades não tardaram, novamente com Paulinho como grande protagonista, mas a falta de pontaria do antigo avançado do Braga impediu que o domínio se traduzisse em golos, tendo desperdiçado três grandes oportunidades.
O título estava a poucos minutos e notava-se a emoção em Alvalade, bem como algum nervosismo, com o Boavista a aproveitar de novo um jogo agora mais divido para tentar chegar ao empate. No entanto, faltou arte e engenho aos axadrezados, sendo que também há que dar mérito a um Sporting que, apesar de bastante perdulário, soube gerir a vantagem e praticamente não permitiu oportunidades.
O resultado não se viria mesmo a alterar, com o Sporting a vencer por 1x0 após os 90 minutos e a sagrar-se Campeão Nacional, 19 anos depois.
O campeonato foi longo (e ainda não terminou), mas este jogo foi o culminar de uma grande temporada leonina que pôs fim a um longo jejum e terminou com um título inesperado, mas totalmente justo. Esta noite faltou alguma pontaria, mas ficaram claras muitas das forças deste Sporting, em mais uma bela exibição.
É verdade que Adán foi obrigado a uma grande intervenção ainda na primeira parte, mas é igualmente verdade que essa foi a única oportunidade de golo do Boavista em todo o jogo. Demasiado curto para uma equipa como os axadrezados, tanto pela qualidade individual, como pelo cenário de luta pela manutenção em que se encontram.