Ao fim de 29 jornadas, eis Luís Maximiano. Adán viu o quinto amarelo frente ao Sporting de Braga (Amorim achou que seria caso único, mas já aconteceu ao Sporting em 2001/02) e abriu espaço ao jovem guarda-redes, que depois de uma época a ser titular vai pela primeira vez jogar nesta edição da Liga e tem a missão de segurar as redes da melhor defesa do campeonato.
Aos 22 anos, o nome de Maximiano não é propriamente uma novidade, até porque o guarda-redes campeão europeu de sub-17 por Portugal já soma 34 jogos de leão ao peito, mas esta pode ser uma altura crucial para o Sporting e para o jovem da formação leonina, que assume a baliza numa altura de grande importância para os leões.
A confiança no jovem guardião, apesar de ainda não ter jogado na Liga, é total. Afinal, Maximiano renovou ainda esta época, depois de ter ultrapassado a barreira dos 30 jogos na temporada passada, já com Rúben Amorim no comando. O final da pré-época (ou a falta dela) e as boas exibições de Adán vieram mudar o estatuto, mas as características daquele que vem sendo apontado como sucessor de Rui Patrício mantêm-se intactas.
Poucos se lembram, mas Maximiano apareceu na equipa principal do Sporting há quase cinco anos. Ainda com 17 anos, o guarda-redes foi chamado para integrar a pré-época com os leões e para trabalhar com Rui Patrício, sobre quem desde logo disse querer «seguir o exemplo», isto já depois de ter sido chamado a realizar alguns treinos com a primeira equipa quando tinha apenas 15 anos.
Há, portanto, muito Sporting em Maximiano, natural de Braga, de onde veio em 2012/13 para seguir o sonho de um dia defender as redes da equipa principal do Sporting. À medida que as épocas foram passando, o jovem guardião foi subindo degraus até conseguir aproximar-se desse sonho. Iniciados, juvenis, juniores, equipa B e, finalmente, sub-23.
Foi na Liga Revelação que o nome de Luís Maximiano começou a ganhar evidência. Já parte integrante da equipa principal dos leões, como terceiro guardião, Max, como é conhecido, destacou-se com jogos de grande nível, onde sobressaíram alguns penáltis defendidos, também a fazer lembrar os primeiros passos de Rui Patrício em Alvalade. No entanto, ao contrário do que aconteceu com o campeão da Europa, Maximiano teve uma chegada muito mais sustentada à primeira equipa.
Em 2019/20, a saída de Salin abriu espaço ao jovem guarda-redes, que subiu na hierarquia e assumiu o papel de segundo guardião do Sporting, mas sempre com o olho no primeiro posto (como lhe contámos aqui). Na baliza leonina, Renan Ribeiro, titular na época anterior e vencedor da Taça da Liga e Taça de Portugal, duas competições onde foi peça fundamental, não deu totais garantias. A 26 de setembro, o momento chegou.
Maximiano foi chamado a titular na receção ao Rio Ave para a Taça da Liga e estreou-se finalmente com a camisola da equipa principal do Sporting. A estreia, como disse no dia seguinte, «não foi a esperada», mas a história não acabou aqui. No final de 2019, já com Silas como treinador, Maximiano foi começando a aparecer com mais regularidade e desde a 14ª jornada, a 16 de dezembro, não falhou qualquer jogo até ao final da época, mesmo após a mudança de treinador.
Natural da idade, Maximiano foi cometendo alguns erros na baliza leonina, mas as indicações globais mostravam que o futuro próximo do Sporting podia ser feito com Maximiano, até porque Renan não contava para Rúben Amorim e para a estrutura leonina.
Com o mercado de verão aberto, a concorrência chegou. Vindo de Madrid, Adán causou inicialmente desconfiança pelos anos que passou como suplente no Real e no Atlético, com a concorrência de Oblak a não dar hipótese ao guarda-redes espanhol. Inicialmente a contratação do madrileno foi tida como uma oportunidade para transmitir ensinamento e experiência a Maximiano, que passava assim a rivalizar com um guarda-redes que ao mesmo tempo estava habituado a um estatuto de suplente, mas também tinha experiência no futebol espanhol depois de se destacar no Betis.
Na pré-época, Amorim foi alternando os guarda-redes, mas quando a temporada começou Adán ganhou com mérito o seu espaço. Maximiano ficou infetado com covid-19 e o guarda-redes espanhol viu aberta uma janela de oportunidade que fechou como tem fechado a baliza verde e branca desde então. Quando recuperou da infeção, Maximiano teve de ser paciente. Apesar dos elogios, Rúben Amorim garantiu que não iria dar a titularidade «de mão beijada» ao jovem português, que foi utilizado apenas três vezes está época (dois jogos da Taça de Portugal e um da Taça da Liga).
Mais de nove meses depois, Maximiano vai voltar a jogar para a Liga sabendo que na próxima jornada o mais provável é que Adán regresse à baliza. Prestes a fazer 35 jogos pelo Sporting, curiosamente os mesmos que o guarda-redes espanhol, o jovem internacional sub-21 vai querer aproveitar a oportunidade para mostrar por que motivo chegou até aqui e por que razão deve contar para a próxima época, seja em Alvalade ou lá fora, como tem vindo a ser falado com insistência.
2-0 | ||
Zouhair Feddal 83' Jovane Cabral 90' (g.p.) |