Os destaques do jogo no Dragão, que o FC Porto venceu frente ao Vitória por 1x0
Muito provavelmente, se se fizesse um inquérito aos adeptos sobre que jogador gostariam, em altura de impossibilidade de ir ao estádio, de personificar, a grande maioria dos portistas escolheria Pepe. A qualidade é indiscutível, a experiência dá-lhe uma capacidade de posicionamento e uma leitura de antecipação soberbas, e a voz de comando é de quem sabe perfeitamente encarnar o papel de um adepto. Daí termos começado como começámos: mais do que tudo, Pepe é a personificação da vontade dos adeptos.
A certa altura da época, o Vitória era a equipa com mais clean sheets do campeonato. Tempos bem distantes, mas que o guarda-redes faz por recuperar. No Dragão, foi o melhor da sua equipa e tirou golos feitos a Taremi, Marega, Luis Díaz e Francisco Conceição, numa exibição excelente e que só não foi perfeita porque não conseguiu corrigir o erro do seu colega.
Se se esteve a elogiar Pepe, não se pode descurar Mbemba. O central é o bombeiro de serviço, colmata com mais velocidade e frescura e não é menor que o colega na antecipação, revelando sempre bom nível de concentração. Tirando a entrada em jogo, esteve sempre a um nível muito alto e ajudou a construir o muro portista.
É verdade que nem sempre conseguiu servir da melhor forma, mas, no marasmo que foi a primeira parte portista, foi quase só ele o capaz de furar e criar desequilíbrio, apostado nos lances individuais, já que esteve mais distante do que Otávio - costumam encontrar-se quando a equipa está no último terço. Fez a cabeça em água aos vitorianos, primeiro pela esquerda, mais tarde pela direita.
Voltou a uma casa que bem conhece e, numa defesa a três, foi o que esteve melhor. Algumas vezes, parecia que ia ser passado em velocidade, mas normalmente soube colmatar esse défice em relação aos rápidos portistas com boas ações de desarme. Além disso, pareceu também o mais sereno do setor na hora de ter bola nos pés, o que fez dele um farol para a equipa.
Há muito, muito mesmo, que não marcava para a Liga: desde a receção ao Benfica, na jornada 14. Tem o contrato a acabar e poucas perspetivas de continuar. Tem a concorrência a subir o nível. Mesmo assim, Sérgio Conceição não desistiu dele e o maliano devolveu com um golo e um abraço. Foi mais certeiro do que o costume na hora de acertar na baliza, sendo que Bruno Varela se aplicou duas vezes para evitar mais estragos.
O golo, num lance em que estava bem posicionado, mas onde não fez uma boa leitura ao que Marega ia fazer, foi o espelho de uma exibição que teve mais momentos assim e que por alguma sorte ou por azelhice do adversário não o penalizou ainda mais em lances capitais. Ainda assim, um jogo para esquecer, até porque deu sempre a sensação de que, mesmo com bola, estava completamente inseguro.
1-0 | ||
Moussa Marega 49' |