No meio da eliminatória europeia frente ao Chelsea, que não está favorável ao FC Porto, os campeões nacionais deslocaram-se até Tondela para defrontar uma das melhores equipas do Campeonato na condição de visitado, e cumpriram o principal objetivo: vencer os beirões e com esses três pontos encurtar distância para o líder Sporting.
Um golo de Toni Martínez, que marca há duas jornadas consecutivas, na primeira parte, e outro de Taremi na reta final do encontro, foram suficientes para os azuis e brancos baterem uma equipa que tanto trabalho tinha dado no Dragão. Quem não se recorda do 4x3 na primeira volta!? Desta vez foi um pouco mais tranquilo para o conjunto de Sérgio Conceição.
Marega, Taremi, Mbemba, Sérgio Oliveira... Todos habituais titulares na equipa do FC Porto, todos eles suplentes em Tondela. Com pouco mais de 60 horas de descanso face ao duelo da 1.ª mão dos quartos de final da Liga dos Campeões, Sérgio Conceição promoveu uma mini-revolução no onze, com especial destaque para a titularidade da dupla Toni Martínez e Evanilson no ataque, apenas pela segunda vez de início.
O FC Porto continua invicto em 🏠casa do CD Tondela: 6 jogos, 5 vitórias e um empate
⚠Os portistas venceram em casa do CD Tondela nas 4 últimas épocas pic.twitter.com/SKx6qhlBSC
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Mesmo com tantas mudanças, a resposta dos jogadores portistas foi bastante positiva e confirmou aquilo que Pako Ayestarán, treinador do Tondela, tinha perspetivado na conferência de antevisão ao encontro da 26.ª jornada. «Vai ter o mesmo nível de intensidade como se jogasse contra o Chelsea», disse o técnico espanhol. Na mouche.
O FC Porto protagonizou uma primeira parte, sobretudo uns primeiros 35 minutos, de nível Champions, com os índices de concentração e intensidade nos píncaros, sem dar muito espaço de manobra ao adversário, ao pressionar muito alto no momento da perda, nomeadamente quando o esférico chegava a Salvador Agra, um dos mais velozes do conjunto beirão.
Num relvado muito molhado, por culpa da forte chuva que se fez sentir durante todo o período de aquecimento, nem sempre foi fácil colocar a bola no chão - mais pelo lado esquerdo -, mas foi essa a vontade do FC Porto, com muitas combinações ao primeiro toque, de um lado para o outro do relvado, à espera da melhor oportunidade para chegar com perigo à baliza de Pedro Trigueira.
Ainda assim, o golo acabou por surgir com um passe longo soberbo de Pepe, que sobrevoou cerca de 35 metros de terreno antes de encontrar Toni Martínez. À ponta de lança, o espanhol recebeu com o peito no meio dos centrais do Tondela, rodou e rematou para o 0x1. Belo momento dos azuis, a provarem que é possível ter sucesso de múltiplas formas. Se não dá pelo chão, vai pelo ar.
Apesar de um maior domínio por parte do FC Porto, a primeira parte não fechou sem uma oportunidade para a equipa da casa. No único remate enquadrado com a baliza de Marchesín no primeiro tempo, Jaume Grau obrigou o guarda-redes argentino a uma defesa por instinto com um remate forte, ainda no exterior da grande área.
10.º ⚽golo de um suplente utilizado do FC Porto neste campeonato - os portistas são a equipa com + golos marcados através de suplentes:
10 FC Porto⬆🔝
8 Benfica
7 Sporting
5 Paços F., Gil Vicente, Portimonense, SC Braga pic.twitter.com/zly5huP0ia
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Já no segundo tempo, o Tondela conseguiu equilibrar ligeiramente a balança, mas o FC Porto nunca passou a ideia de ter o jogo fora de controlo. Baixou o ritmo, mas não baixou a concentração. Os azuis consentiram apenas mais um remate à sua baliza, sinal de uma boa organização defensiva, e fecharam o jogo a sete minutos dos 90.
Mehdi Taremi, o terceiro homem a ser lançado a partir do banco, depois de Luis Díaz e Sérgio Oliveira, confirmou o triunfo azul e branco, assistido por Otávio. Trigueira ainda defendeu o primeiro remate do iraniano, mas não teve mãos para o segundo.
O FC Porto passa agora a somar 60 pontos, menos cinco do que o Sporting (tem menos um jogo), enquanto o Tondela segue na 11.ª posição, com 28 pontos, ainda longe da zona de despromoção.
Com várias alterações no onze, o FC Porto entrou muito pressionante, em modo Liga dos Campeões, não dando possibilidade sequer ao Tondela de explanar o seu futebol. Essa postura agressiva (no bom sentido, entenda-se) foi crucial para o desfecho do encontro.
O relvado do estádio João Cardoso respondeu bem à chuva forte que se fez sentir sobretudo durante o período de aquecimento, ainda assim complicou algumas movimentações do lado esquerdo do ataque portista na primeira parte.