A final four da Taça de Portugal marca um dos pontos altos da temporada 2020/21 e promete emoções fortes este fim de semana em Matosinhos (10 e 11 de abril). Os crónicos candidatos Sporting, FC Porto e Benfica vão estar em prova juntamente com o Imortal, a equipa sensação da campanha e que promete criar sérios problemas aos adversários.
Na antevisão às decisões finais da prova rainha, o zerozero recorreu à experiencia e sabedoria do professor Orlando Simões, técnico com um currículo vasto em clubes de topo e nas seleções portuguesas, além de ser um comentador habitual da RTP em transmissões de basquetebol. Seguidor profundo da realidade nacional, o treinador comentou o momento dos quatro conjuntos ainda em competição e revelou as suas expetativas para estes encontros.
Com muito mérito na época de regresso ao primeiro escalão, o Imortal tem sido uma das grandes sensações da época. A equipa de Luís Modesto está atualmente no quarto posto da Liga Placard, marcou presença na Taça Hugo dos Santos e vai participar agora na final four da Taça de Portugal, com duelo marcado frente ao Benfica nas meias-finais. Orlando Simões abordou as qualidades dos algarvios e as hipóteses do conjunto lutar pela vitória no troféu.
«O Imortal é uma equipa bem estruturada e com um bom comandante. A chegada do Jalen Jenkins supriu o que faltava a esta equipa e permite uma excelente rotação interior, sem quebras. O Ty Toney orquestra toda a equipa e os extremos (Tanner Omlid e DJ Fenner) são do melhor que existe na nossa Liga. Também é importante destacar o contributo dos atletas portugueses. O Luís Modesto montou com qualidade a equipa e todos sabem o seu papel. Apesar da maior responsabilidade do Benfica, o Imortal tem condições para disputar a vitória e quem sabe surpreender numa final. Não está longe dos restantes competidores e basta ver o que já fez contra eles esta época», afirmou.
Apesar da irregularidade ao longo da época, o treinador acredita que o Benfica é a equipa com mais potencial nesta final four, não sendo indiferente, contudo, a alguns problemas a nível coletivo do conjunto das águias, que não vence a prova desde 2016/17. Nos quartos de final, a equipa de Carlos Lisboa conseguiu um triunfo muito bom em casa da bicampeã nacional UD Oliveirense, que pode moralizar o plantel para este momento de decisão.
«O fator motivação vai ser decisivo para o Benfica, no primeiro troféu mais a sério da época, com todo o respeito que a Taça da Liga merece. A equipa deu um sinal forte de união no triunfo em Oliveira de Azeméis, depois de uma derrota quase escandalosa no mesmo palco. Eu acho que o Benfica é a equipa com mais potencial ao nível de plantel, mas não tem estado muito consistente. O papel de alguns atletas também parece que não está a ser bem aceite, com demasiada procura do protagonismo individual. Se o coletivo funcionar bem, o Benfica tem capacidade para superar Sporting e FC Porto. Prevejo dificuldades contra o Imortal e muito equilíbrio nesta final four», confessou.
Na outra meia-final, Sporting e FC Porto vão medir forças num duelo que opõe as duas equipas mais fortes até ao momento na temporada. Os dragões venceram os últimos encontros entre os conjuntos, com a «agressividade física» na defesa a ser, para Orlando Simões, uma das chaves que levou a equipa de Moncho López ao triunfo nestes duelos. No lado de Alvalade, os leões chegam a esta final four após assegurarem o primeiro lugar na fase regular da Liga Placard.
«O FC Porto conseguiu vencer os últimos confrontos frente ao Sporting ao igualar a agressividade física do adversário na defesa. Deixou o Sporting desconfortável e a ter que procurar soluções fora da rotina normal. Todos conhecemos a forma de atacar do Sporting, que não introduziu nada de muito novo durante a época neste capítulo. Acho que o Sporting não está tão forte como já esteve esta época e tem revelado alguns problemas no jogo interior. A entrada do Micah Downs, que é um atleta de muita qualidade, ainda não teve o impacto desejado. O fator Travante Williams também é sempre importante, mas é necessário não ter o habitual problema com as faltas. A lesão do Pedro Catarino também afetou a rotação do Luís Magalhães. Este jogo é de resultado muito imprevisível», disse o técnico, que não arriscou em apontar um vencedor da prova.
«Os treinadores vão querer marcar terreno para os play-offs. Estas são competições onde se joga muito no capítulo mental. O Imortal não está aqui por acaso e tem sido mais regular que a UD Oliveirense, ainda na luta pelo campeonato, e até que o Benfica, equipa com vontade de mostrar a sua força na decisão desta Taça. Tem tudo para ser uma Final Four bastante disputada e com resultados difíceis de adivinhar. Não consigo arriscar num vencedor», concluiu.