O sorteio dos quartos de final colocou o Chelsea no caminho do FC Porto. Se no início do ano este seria um adversário que os adeptos poderiam olhar com bons olhos, a verdade é que o fim de janeiro trouxe uma nova, mas conhecida cara ao comando técnico dos londrinos e mudança foi como um clique.
Thomas Tuchel é o responsável por uma mentalidade revigorada da equipa, que tem agora a defesa como a sua principal arma. A primeira derrota chegou apenas ao 15º jogo e o mais impressionante é que em 12 deles a baliza ficou a zeros. Apesar disso, a equipa não é invencível e, aos dragões, a história está ao virar da esquina. Conheça como joga este Chelsea.
O Chelsea de Thomas Tuchel é a prova viva de que tudo muda num ápice. Depois de uma época promissora com Frank Lampard, a transição para o segundo ano não correu de feição e a equipa parecia desorientada e sem rumo. O alemão, que tinha saído do Paris SG ainda no decorrer da temporada, encontrou em Londres uma oportunidade de regressar ao ativo numa situação com muito potencial.
A maior característica reconhecida ao técnico alemão e às equipas que orienta tem a ver com a organização. Tuchel começou por trabalhar no principal problema dos blues e imprimiu uma mentalidade defensiva desde o primeiro momento, que começou por uma mudança definitiva no esquema tático, que, apesar de maleável em certos aspetos, tem uma ideia bem definida e uma dinâmica que resultou e que se tem traduzido numa consistência pouco vista na Premier League.
Do conjunto de médios mais recuados, Tuchel tem em Jorginho, Kovacic e Kanté um grupo de opções que, consoante o que o adversário requisita, formam uma linha sólida em apoio à primeira fase de construção. É comum ver-se um deles a recuar até à linha da defesa para, sem a preocupação de uma pressão mais alta, encontrar linhas de passe na frente.
É em zonas adiantadas do centro do terreno que surge a figura da equipa e um dos mais influentes na chegada ao último terço. A palavra correta é surge porque é de onde sai na maioria das vezes, mas onde raramente termina. Mason Mount já era peça-chave para Lampard, mas tem sido com o novo papel que tem brilhado em campo. É ele quem liga os setores em terrenos normalmente desocupados, quer seja em zonas mais centrais ou laterais do terreno.
A maior dor de cabeça de Tuchel está no ataque, com a dificuldade em encontrar consistência. Não é por falta de opções, porque lá moram nomes como Werner, Giroud, Ziyech, Pulisic ou até Abraham e Hudson-Odoi. A irregularidade de vários deles tem sido o pequeno defeito que não tem permitido que o reinado do alemão tenha sido, até agora, perfeito.
Por enquanto, o Chelsea vai somando (com a exceção da derrota frente ao West Brom) graças à qualidade defensiva e, por isso, por vezes basta apenas ferir uma vez. O mérito vai para o alemão que, num curto espaço de tempo, introduziu a sua ideia e colocou a equipa à sua imagem.
Não foi preciso muito tempo para adotarem a organização do treinador. Com três centrais e dois médios em apoio, é muito difícil ultrapassar as linhas da equipa e criar grandes situações de perigo.
O baixo rendimento dos homens da frente tem sido a principal razão da falta de golos da equipa. Ao privilegiar o momento defensivo, também leva poucos homens à área.
Graças a uma dentada de um scotch terrier, um estádio que ia ser vendido para uma companhia de caminhos-de-ferro se tornar numa nova estação de comboios, tornou-se na base de um clube que teria esperar mais de cem anos, para se tornar num dos mais poderosos de Inglaterra e do Mundo. Eis a historia apaixonante do Chelsea Football Club!
Se a primeira época ao serviço do Chelsea foi de revelação, a atual é de total afirmação, com o papel que o médio assumiu na equipa. Com apenas 22 anos, Mount é já uma das figuras dos blues e a sua influência ainda cresceu com a chegada do novo técnico. Do papel mais adiantado do meio campo, o inglês acrescenta as mais variadas opções ao ataque devido à forma como se mexe entrelinhas. Em noite inspirada, é capaz de orquestrar a equipa de forma soberba.
A revitalização do Chelsea arrancou no dia da chegada do alemão a Stamford Bridge. A uma equipa sem ideias chegou um treinador que não é alheio aos grandes palcos e a quem não falta capacidade de gerir plantéis estratosféricos, como deixou bem presente em Paris. Conhecido por um futebol organizado e metódico, típico dos alemães, Tuchel introduziu uma mentalidade defensiva no Chelsea e os resultados estão à vista.