Este domingo, Jorge Jesus fez referência, em conferência de imprensa, às dificuldades de comunicação que tinha com Luca Waldschmidt, referindo que o avançado alemão das águias «não o percebe». Ora, esta segunda-feira, a revista alemã Kicker publicou uma entrevista com o camisola 10 das águias e este abordou precisamente esse tema: a comunicação com o treinador português.
«Eu e Jesus falamos um misto de inglês e português. Estamos bem», começou por dizer o internacional alemão, explicando o quê que o treinador dos encarnados lhe pede.
«Quer que encontre soluções criativas e surpreendentes contra os bloqueios defensivos profundos, pois costumamos ter muita posse de bola e os adversários recuam no campo. Esta é uma etapa de desenvolvimento importante para mim também. Mas também pressionamos na frente. Por isso, o tempo sob o comando de Christian Streich [treinador do Friburg] ajuda-me porque trouxe muito do que é ter consciência defensiva e em relação ao comportamento em campo», acrescentou Waldschmidt, antes de recusar qualquer pressão do exterior.
«Infelizmente, ainda não pude experimentar jogar num Estádio da Luz cheio, que é o que define este clube. Mas, como disse, o que se exige ou se espera de fora, não permito que chegue perto de mim. A maior pressão vem de mim próprio. Às vezes, fico muito impaciente porque sei o que posso fazer e peço as coisas muito rapidamente. Tenho que desacelerar e dizer a mim mesmo que cumpri bem estes primeiros seis meses no cômputo geral. Mesmo assim, quero ser mais perigoso, eficaz e consistente quando se trata de golos e assistências.
Por fim, acerca das diferenças que encontrou no futebol português, em relação ao alemão, Waldschmidt realçou a forma como os adversários jogam contra o Benfica.
«O que mais me impressiona é que a maioria dos nossos adversários joga de forma incrivelmente profunda contra nós. Eu não conhecia isto no Friburgo. Podes provavelmente comparar isso com a maioria dos jogos do Bayern Munique, onde o adversário geralmente recua para muito perto da própria baliza. Às vezes, o futebol é um pouco mais divertido aqui do que na Bundesliga», acrescentou o avançado de 24 anos, rejeitando a ideia de que a Liga NOS é mais fraca do que o camperonato alemão.
«Não acho. O futebol é diferente, é verdade. Por exemplo, existem alguns lugares aqui que não são conhecidos na Bundesliga. Nos últimos tempos fomos jogar a um ilha no meio do Oceano Atlântico. Mas devido à forte chuva nos Açores, o jogo contra o Santa Clara teve de ser adiado por um dia. E, mesmo assim, o relvado continuava muito pesado. Isso tornou ainda mais difícil fazer o nosso jogo, acabando com um 1x1», realçou o jogador alemão que chegou esta temporada à Luz.
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