A seleção não joga desde novembro mas as ligações entre certos jogadores parecem estar no auge, gerando vitórias que podem muito bem ser celebradas como se da equipa das quinas fossem, e logo em ano de Europeu. Foi com os portugueses em grande destaque que o Manchester City venceu o Borussia Monchengladbach e colocou-se em boa posição para garantir o apuramento em março.
Não se trata de um David contra Golias, pois estes alemães têm qualidade e já o demonstraram contra oposição do maior nível na prova, mas mesmo assim havia desde o início um claro favorito, especialmente com o fator casa anulado por impedimentos de circulação que obrigaram a que o jogo se disputasse na Hungria.
O Gladbach não está a viver o melhor momento sob o comando de Marco Rose, numa altura em que o técnico já anunciou que estará noutro Borussia a partir da próxima época, e «recebeu» os cityzens durante uma série de três jogos sem vencer, com um empate e duas derrotas. O regresso ao plano europeu poderia ser a solução para uma equipa desinspirada e a verdade é que essa crença ainda durou largos minutos, mas o adversário desta quarta-feira chegou à Puskás Arena com vontade de dar continuidade a uma impressionante série de 18 vitórias consecutivas
Rúben Dias, João Cancelo e Bernardo Silva foram lançados no onze inicial do Manchester City e é pela comitiva portuguesa, e em especial pelos últimos dois nomes, que passa toda e qualquer discussão sobre os melhores em campo neste primeira mão dos oitavos-de-final da Champions.
Cancelo deu continuidade ao seu melhor momento de forma em Inglaterra e assinalou uma exibição de um nível extremamente elevado. Entregou-se por completo ao jogo e entregou o jogo de volta aos companheiros, com uma seleção de passes precisos e... decisivos. Ainda na primeira parte esteve na origem do primeiro golo, com um passe longo para a área que foi tão preciso que a «torre» Bernardo Silva não precisou de muito esforço para marcar de cabeça.
O segundo golo foi uma história semelhante, por mais improvável que isso pareça. João Cancelo voltou a aparecer em terrenos interiores e lançou para a área um cruzamento largo, novamente apontado à cabeça do pequeno Bernardo Silva, e à segunda vez o extremo direito serviu Gabriel Jesus no meio para o segundo golo.
Jogo aparentemente ganho, mas um golo sofrido dificultaria sempre na segunda mão, de maneira que cabia a Rúben Dias, Cancelo (também competente no momento defensivo, pela esquerda) e companhia fechar as portas da baliza que tem sido impenetrável nos últimos meses. Só nos últimos minutos os alemães conseguiram passar, após um erro de Rodri que deixou Hannes Wolf sozinho na área, mas aí apareceu Ederson a defender o 0x2 que se vai manter até março.
O início da temporada foi tremido, mas o que os cityzens estão a fazer agora não lembra a ninguém. Espetacular. Com este, já lá vão 19 vitórias consecutivas, com um ataque demolidor a aliar-se à defesa mais segura que Guardiola já ostentou até hoje.
Apesar do bom momento do Manchester City, há uma peça que insiste em não aparecer ao nível de que é capaz. Sterling foi o capitão novamente esta noite, mas não teve qualquer influência no futebol da equipa e acumulou mais perdas de bola do que ações positivas. Se os cityzens querem este troféu, o sete vai ter que aparecer...
Para além dos destaques mais positivos da partida, também a arbitragem foi portuguesa na Puskás Arena. Artur Soares Dias esteve bem ao deixar jogar sem influenciar o ritmo do jogo, num jogo que não teve muitos lances de relevo no que toca à arbitragem. No maior, por potencial grande penalidade para o ´Gladbach por falta de Cancelo, terá tomado a decisão correta.