Na sempre traiçoeira jornada entre partidas europeias, o SC Braga foi muito competente e aproveitou uma primeira parte de sentido único para resolver e virar as atenções para a viagem a Roma, onde vai tentar virar a eliminatória da Liga Europa.
Os comandados de Carlos Carvalhal mandaram desde cedo e não deram hipótese a um Tondela que quis subir no terreno, mas que teve nas costas da defesa uma fraqueza bem explorada pelos minhotos. Uma reação final dos beirões acabou por aligeirar a imagem da goleada (4x2). Com a missão cumprida, houve tempo para gestão a pensar na próxima quinta-feira.
Este Gverreiros de Carlos Carvalhal já demonstraram ter qualidade suficiente para ser rolo compressor em noite inspirada. Se do outro lado houver uma equipa que, apesar das boas ideias, esteja vários níveis abaixo (e com alguma distração à mistura), estão reunidas todas as condições para uma goleada.
Galeno, uma autêntica mota pelo lado esquerdo foi quem mais aproveitou a lentidão do Tondela para atacar, constantemente, o espaço entre Tiago Almeida e Medioub. Foi assim que surgiu o primeiro, com o camisola 90 a encontrar Piazón à entrada da área. Seguiram-se várias tentativas e só a falta de acerto não permitiu um avolumar do marcador...
Com os minhotos em alta rotação, o Tondela pouco podia fazer para responder. E dava ideia que as ideias do SC Braga não passavam por travar o quer que fosse. O intervalo chegou como um alívio para Pako, que tinha muito para pensar.
A apatia do seu meio campo era tanta que o técnico espanhol tirou mudou três peças logo ao intervalo. Se a ideia era mudar o sentido do jogo, a estratégia não resultou, pois tendência continuou exatamente igual, com os Gverreiros ainda com o pé no acelerador. Piazón bisou e aumentou a vantagem cinco minutos depois do regresso do balneário. Tudo muito simples.
Porque já há uma eliminatória europeia a meio da semana, Carvalhal aproveitou o ritmo para gerir e retirou três dos mais preponderantes da equipa. Fransérgio, Gaitán, Sporar saltaram do banco e, aí assim, o ritmo baixou, ainda que sem perder o controlo. Perdeu-se a verticalidade em prol de uma posse mais contida e que evitasse grandes desgastes.
A reação beirã acabou por aparecer bem perto do fim, primeiros dos pés de Souleymane Anne, uma estreia a marcar pelo Tondela e depois por Jaquité, este mesmo em cima do apito final. O marcador final acabou por limpar um pouco a imagem de um Tondela que só depois do abrandar minhoto foi capaz de chegar com perigo ao ataque.
Poderia ter sido um teste complicado se a equipa de Carvalhal não tivesse conseguido mudar o muito falado chip para as competições internas. Desde cedo ligados ao jogo, o SC Braga imprimiu velocidade e foi demasiado para as aspirações do Tondela. Jogo comprometido.
As ideias são de valorizar, mas perante um adversário como o SC Braga, a intenção de jogar com linhas subidas e tentar controlar o terreno acabou por prejudicar a estratégia. A falta de velocidade ficou bem presente, sobretudo no corredor direito, de onde surgiram várias das ocasiões da equipa.
Jogo tranquilo e sem casos para Tiago Martins. O ritmo ajudou.