Quatro vitórias consecutivas, seis jogos (no total) sem derrotas. Quem consegue travar este Paços de Ferreira? Os castores deslocaram-se ao terreno do também surpreendente Marítimo de Milton Mendes, que averbou a terceira derrota desde que assumiu o comando da equipa principal dos insulares. Os pacenses foram superiores no cômputo geral e castigaram a maior desinspiração do adversário com uma goleada por 0x3.
Quanto ao Paços de Ferreira muito já foi dito, inclusive aqui no zerozero. É uma das sensações da Liga - a caminhar para confirmação -, a ideia de jogo é positiva e encara o adversário sempre de frente, independentemente da dimensão. Acontece que o Marítimo, desde que Milton Mendes substituiu Lito Vidigal, tem ido pelo mesmo caminho, escalando, num ritmo avançado, uma montanha que, não há muitas jornadas, parecia extremamente perigosa.
Foi por isso que a primeira parte nos Barreiros foi entretida, sobretudo a nível tático. As balizas até nem foram muito requisitadas (só mais para o fim), mas, pelo menos, vontade não faltou. Acima de tudo, as duas equipas apareceram com vontade e energia face ao momento de grande confiança que atravessam.
O Paços, a três tempos, assustou logo no primeiro minuto, por Hélder Ferreira, e atravessou, logo depois, um período mais delicado. O Marítimo conseguiu encontrar algumas brechas na defesa dos castores, que contou com a estreia de Rebocho, e conseguiu empurrar o adversário para trás, ainda que sem um lance digno de registo.
Com o passar dos minutos, os visitantes cresceram e chegaram mesmo à vantagem, com nova jogada a poucos toques e um forte remate de Bruno Costa - está de pé quente - para o fundo das redes de Amir. O golo surgiu numa fase já mais adiantada, mas nem por isso os insulares deixaram de tentar. E Guitane poderia bem ter igualado a contagem antes do intervalo, não fosse a má finalização na cara de Jordi, tal como Winck, que quase comprometeu a sua equipa com um erro monumental.
A maior inoperância em terrenos adiantados fez com que Milton Mendes lançasse Correa e Alipour de uma assentada logo no início da segunda parte. Não houve efeitos imediatos, já que, em poucos minutos, Luiz Carlos aproveitou um erro crasso de Amir para fazer o 0x2, mas o Marítimo foi crescendo, ainda que não tanto como pretendia o técnico brasileiro, certamente.
O Paços sabia que iria passar por momentos de maior aperto e nunca perdeu o norte. Aliás, até foi criando perigo na baliza do guarda-redes iraniano, mas Jordi também viu Baixinho tirar um golo em cima da linha - o VAR confirmou que a bola não entrou totalmente -, numa altura que galvanizaria a turma da casa.
O jogo continuou dividido, as oportunidades foram aparecendo, mas foram os pacenses a dar a machadada final com grande estilo, numa jogada bonita que o recém-entrado Luther Singh carimbou com selo de qualidade. Mais uma jornada, mais um triunfo (esclarecedor). O céu é o limite para este Paços...
Bruno Costa e Luiz Carlos, as duas grandes figuras do encontro, marcaram e provaram que o Paços de Ferreira é uma equipa de qualidade em todos os setores. O espírito jovem do brasileiro é impressionante...
Não foi uma exibição muito pobre, mas também não foi das melhores. Tendo em conta o momento de forma, exigia-se mais ao Marítimo neste duelo, por muito que pela frente tivesse uma das melhores equipas do campeonato.
Uma outra decisão menos bem conseguida, mas sem grande influência no resultado e no próprio jogo, já que o VAR comunicou a não existência de golo no lance em que Marco Baixinho tirou a bola em cima da linha.