O Sporting ganhou a Taça da Liga! Num jogo marcado pela muita chuva e pelo terreno pesado, foi Pedro Porro a decidir e a dar a Rúben Amorim o seu segundo título como treinador, um ano depois de ter vencido a competição pelo SC Braga. Num jogo intenso e emocionante, não faltaram bons condimentos e alguma polémica.
Talvez não tenha sido totalmente assim que as equipas encararam o impacto inicial do jogo, porque já tinham aquecido no relvado. Mas não terá sido muito diferente da que tivemos desde a bancada, ou os telespectadores a partir de casa. De facto, o dilúvio que se verificou ao longo do dia, e que não deu tréguas no arranque do jogo, encharcou o campo e fez com que tudo o que fossem estratégias e dinânicas ficassem para segundo plano. Era um outro jogo.
Por isso, não se viu o jogo que se esperava. Em 3x4x3, as duas equipas tiveram de fazer sobressair o músculo em detrimento da técnica. É que, com técnica, houve traição recorrente do pesado relvado e o perigo de aproveitamento do adversário - difícil, pois a dificuldade era a mesma.
Um momento que só não foi único para os resumos de televisão da primeira parte porque, logo depois, Pedro Gonçalves teve um grande lance que Matheus parou. Ah, e aquele que, ainda antes do golo, deu na expulsão dos dois treinadores. Amorim e Carvalhal trocaram argumentos e não terão sido leves nos insultos, mas fizeram-no à distância, num momento típico de emoções de uma final, e que podia ser ajuizado de uma forma mais fria por Tiago Martins. Por alguma razão se instituíram os cartões amarelos para os bancos...
Iam surgindo, tímidas, algumas oportunidades, embora pouco flagrantes.
Já com maior perceção das características do terreno, as duas equipas passaram a ter de lidar com o maior desgaste. Veja-se o caso de João Mário, que caiu muito de produção e que foi rendido por Matheus Nunes, já depois de Castro também dar vez a Iuri Medeiros. Aliás, em matéria de substituições, os dois treinadores mexeram bem (benefícios da bancada?).
Os últimos minutos foram muito assim. Oportunidades dos dois lados, muitos nervos sempre que a bola chegava a zona de decisão ou sempre que o apito ecoava no despido Dr. Magalhães Pessoa - uma pena não haver público (já sabemos que estamos a ser repetitivos, mas...). Ainda houve mais expulsões, em campo (Pedro Gonçalves) e no banco (um adjunto bracarense), mas a taça não fugiu ao leão!
Estarem na bancada pode ter ajudado, ou não. A verdade é que, e isto é possível, os dois treinadores mexeram muito bem nas equipas, que para a missão que tinham pela frente, melhoraram: o Sporting a defender a vantagem e a criar o suficiente para ampliar; o SC Braga a tentar chegar ao empate, para o qual teve oportunidades suficientes.
Difícil em condições normais, ainda mais complicado num relvado que tem tido pouco futebol de primeira. Ninguém pode controlar a natureza e, por isso, é injusto atribuir culpas, mas o facto de o relvado ter muitas zonas onde a bola travava foi um entrave ao normal desenrolar do jogo. Obrigou a adaptações, o que também faz parte do futebol.