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    SC Braga derrota Benfica

    Rei imune à peste

    O atual detentor da Allianz Cup tem acesso garantido para sábado. Diante de uma equipa com claro subrendimento por causa do surto de COVID-19 que se abateu sobre as águias, a formação de Carlos Carvalhal foi mais forte no plano físico e também no mental e, assim, conseguiu o acesso ao jogo decisivo. Em circunstâncias diferentes, especiais e nada abonatórias, Jorge Jesus montou um plano alternativo, mas não teve argumentos para um segundo tempo bem conseguido do atual rei da competição.

    Pelo quinto ano seguido, o Benfica falha a final da prova que ainda domina, embora, desta vez, as circunstâncias possam ajudar a desculpar a queda da equipa encarnada, a pisar terrenos desconhecidos e pantanosos na sua defesa e sem continuidade no ataque.

    Primeiro a tática, depois os golos

    Não havia como prever, embora não fosse assim tão improvável adivinhar: sem centrais titulares, Todibo ganhou a Ferro e juntou-se a Jardel; sem laterais disponíveis, Cervi recuperou a tempo e foi para a esquerda, João Ferreira à direita. Podia ser este o desenho de Jorge Jesus numa linha de quatro, mas o treinador do Benfica, que terá passado por um período complicado na preparação do jogo, com toda a indefinição por jogadores (na véspera Vertonghen, Diogo Gonçalves, Grimaldo, Gilberto e Waldschmidt, no próprio dia Otamendi e Nuno Tavares com COVID-19) e ainda pela ausência do seu corpo técnico, pelo surto que assolou o grupo encarnado, trouxe uma inovação.

    Weigl jogou a central ©Kapta+ / Movephoto
    A atacar já era habitual, mas a defender também se verificou a presença de Weigl no centro da defesa, com Jardel à sua esquerda e Todibo à direita. Trazemos isso porquê? Porque o começo de jogo foi assim, a tentar entender as posições dos benfiquistas, arrumados em 3x4x3, tal como o SC Braga (bem mais habitual na equipa de Carvalhal). Eram sistemas iguais, mas dinâmicas diferentes: nos arsenalistas, Fransérgio saía muitas vezes da posição atacante para auxiliar um Galeno que correu todo o campo - e foi por aí que o SC Braga mais apostou; nos benfiquistas, João Ferreira e Cervi não arriscavam tanto nas subidas e era o trio da frente a receber e procurar o espaço.

    Ora, com o jogo amarrado, percebia-se onde mais fazia vento na chuvosa noite de Leiria. A defesa do Benfica, claro, com ausência de rotinas e num sistema novo, até podia ter momentos em que a qualidade dos jogadores chegava para resolver os problemas, mas também tinha períodos em que fazia lembrar um primeiro jogo de pré-época, tal a ausência de uma matriz. Jardel, fora de fora, foi quem mais escorregou.

    Jardel teve vida difícil ©Kapta+ / Movephoto
    Aproveitou o SC Braga, numa saída de posição de Horta, que foi à esquerda cruzar para subtil desvio de Abel Ruiz. Com Paulinho no banco, o espanhol teve mais uma oportunidade e abrilhantou a sua ainda cinzenta passagem pelo clube. Só que, se o SC Braga começou por aproveitar, naturalmente se viu o crescimento do Benfica pela força dos seus avançados. A reação foi boa, teve uma e outra oportunidade - Darwin ao poste, Rafa a permitir corte - e a seguir o golo que se adivinhava, num penálti concretizado por Pizzi.

    Pernas, mas também cabeça

    Com o Benfica a acabar por cima, o intervalo foi bem mais proveitoso para os arsenalistas. Mais frescos e entrosados, os homens de Carlos Carvalhal renovada intensidade, colocaram-na em jogo e, com o adversário a tentar bater-se da mesma forma em vez de optar por abrandar o jogo. E isso desequilibrou.

    Pizzi pediu atitude, mas não foi fácil ©Kapta+ / Movephoto
    Instalado no meio-campo contrário, o conjunto de Carvalhal não precisou de muito para encontrar brechas na defesa encarnada (ora pois...) e, depois de Helton Leite e do poste, o destino seguinte foi mesmo a rede, com outra boa assistência de Ricardo Horta.

    Jorge Jesus foi ao banco e lançou três de uma vez (um bocado difícil perceber a saída de Rafa), mas, com mais pernas, o SC Braga teve também mais cabeça para não permitir uma reação tão forte como a que as águias tiveram no primeiro tempo. Conseguiram-no.

    Aliás, num penoso arrastar do Benfica para os últimos minutos, nem se podia dizer que o empate tinha mais probabilidade do que o 3x1. Havia controlo minhoto, sentia-se isso, e cada vez menor discernimento, visível até em quem entrava - impressionante a coleção de erros de Ferro.

    U Quarta, 20 Janeiro 2021 - 19:45
    Estádio Dr. Magalhães Pessoa
    Fábio Veríssimo
    2-1
    Abel Ruiz 28'
    Vítor Tormena 59'
    Pizzi 45' (g.p.)
    Estádio Dr. Magalhães Pessoa
    Lotação23 888
    Medidas105x68
    Inauguração1958
    FaseMeias-Finais
    Lances Capitais
    28´
    GOLO SC Braga!
    Abel Ruiz marca
    Abel Ruiz marca o seu 1º golo na prova (2 jogos)
    45´
    GOLO Benfica
    Pizzi marca de grande penalidade!
    Pizzi marca o seu 2º golo na prova (2 jogos)
    59´
    GOLO SC Braga!
    Vítor Tormena marca
    Vítor Tormena marca o seu 1º golo na prova (2 jogos)
    69´
    GOLO INVALIDADO
    Fransérgio apareceu nas costas da defesa encarnada e bateu Helton Leite. No entanto, Fábio Veríssimo assinalou fora de jogo e teve confirmação do VAR
    A Chave

    Maior frescura do SC Braga, bem visível no segundo tempo, em que carregou, marcou e conseguiu neutralizar as tentativas do Benfica se colocar no meio-campo contrário.

    O Árbitro

    Arbitragem globalmente positiva, mas que deixou escapar o segundo amarelo a Weigl, na maior mancha - Castro também arriscou o segundo, mas em menor escala. Bem no penálti e no golo anulado ao SC Braga.

    O Melhor
    Um Braga que quer

    Alheio aos problemas do adversário, o SC Braga atirou-se ao jogo como o deve fazer: a fazer tudo para chegar à final e defender o seu estatuto de campeão. Conseguiu-o e foi justo, justíssimo. Resistiu à típica tentação de recuar para defender e arriscou-se a acabar o jogo com mais golos, tivesse tido outra frieza na finalização.

    O Pior
    Limitações

    De quem é a culpa? De ninguém. Devia ter sido adiado? Basta olhar para o calendário para ver o quão difícil seria. Mas, neste caso, como em tantos jogos e com tantas equipas aconteceu, o futebol conheceu a invasão em massa do vírus e ficou muito condicionado. Foi um Benfica bem mais curto e não é difícil perceber porquê.

    Forma
    SC Braga
    2020/2021
    25J
    18V
    1E
    6D
    56-28G
    Benfica
    2020/2021
    27J
    16V
    6E
    5D
    60-30G
    Sabia que...by playmaker stats
    O SC Braga chega à final da Taça da Liga pela 4.ª vez na sua história, a primeira de forma consecutiva.

    Na época passada, também chegaram ao jogo decisivo 100% vitoriosos
    Final inédita entre o Sporting e SC Braga na Taça da Liga.

    Em campo, o treinador detentor do título (Rúben Amorim) frente à equipa campeã de inverno (SC Braga).
    É 11.ª final da história do SC Braga:
    1 Europa League
    4 Taça da Liga (2 títulos)
    5 Taça de Portugal (2 títulos)
    Carlos Carvalhal regressa à final da Taça da Liga 13 anos depois.

    Foi o primeiro técnico a vencer a prova em 2007/08 com o Vitória FC no Estádio do Algarve frente ao Sporting no desempate das grandes penalidades
    Treinadores em finais da Taça da Liga por dois clubes diferentes:
    Carlos Carvalhal (Vitória FC e SC Braga)
    Rúben Amorim (SC Braga e Sporting)
    Jorge Jesus (Benfica e Sporting)
    Rui Vitória (P. Ferreira e Benfica)

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    Taça da Liga: SC Braga x Benfica
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