FC Porto acusa Sporting de querer «cometer atentado à saúde pública» e ameaça não participar na final four

O FC Porto reagiu através de comunicado oficial à divulgação de testes negativos de Nuno Mendes e Sporar por parte do Sporting, defendendo que os leões manifestaram desta forma «a intenção de cometer um atentado à saúde pública» tendo em conta a possível utilização dos jogadores no clássico da Taça da Liga. Os dragões indicam mesmo que terão de «repensar» a participação na final four se não houver intervenção das autoridades.

O clube portuense lembra os testes com resultado positivo dos referidos jogadores há quatro dias, salientando que estes testes «têm uma taxa de fiabilidade muito próxima dos 100%» e que o facto de os jogadores terem sido dado como disponíveis para o jogo com os dragões «significa que não cumprirão os dez dias de isolamento que são obrigatórios para quem testou positivo para Covid-19».

O FC Porto defende mesmo que a situação se trata de um «crime público», «ainda mais incompreensível por ser cometido por um clube presidido por um médico». 

O clube informa ter comunicado a situação à Liga e à DGS e ter intenção de comunicar também à Ordem dos Médicos, esperando uma reação por parte das autoridades, «sob pena de ter de repensar a participação na final four da Taça da Liga».

Comunicado na íntegra:

«No dia em que o governo comunicou um reforço das medidas de combate à propagação da covid-19, o Sporting anunciou a intenção de cometer um atentado à saúde pública.

Há apenas quatro dias, os jogadores Nuno Mendes e Sporar testaram positivo para covid-19, na sequência da realização de testes PCR, que, segundo a literatura científica, têm uma taxa de fiabilidade muito próxima dos 100%.

Esta tarde, o Sporting anunciou que os dois atletas estarão em condições de enfrentar o FC Porto já amanhã, em jogo da Taça da Liga, o que significa que não cumprirão os dez dias de isolamento que são obrigatórios para quem testou positivo para covid-19, de acordo com o protocolo da Direção-Geral da Saúde assinado pela diretora-geral Graça Freitas. 

Esta antecipação em seis dias do fim do isolamento dos dois jogadores do Sporting é um crime público, inaceitável numa altura em que Portugal é líder mundial do número de novos casos de covid-19 por milhão de habitantes e numa fase em que todos os dias se bate o recorde nacional de mortes por esta doença. E é ainda mais incompreensível por ser cometido por um clube presidido por um médico.

O FC Porto comunicou esta situação à Liga e à Direção-Geral da Saúde e vai participá-la à Ordem dos Médicos, na expectativa de que as autoridades façam cumprir a lei, sob pena de ter de repensar a participação na final four da Taça da Liga, para defesa de todos os intervenientes. É uma questão de saúde pública».