Ligados pela fome de troféus

Braga passou o testemunho a Leiria, aproxima-se mais uma final four da Taça da Liga... e logo a abrir temos direito a clássico. Um clássico num contexto competitivo diferente, num momento crítico para o país e com baixas de relevo em ambas as equipas, mas que não deixa de ser um programa de eleição para os portugueses que podem respeitar e respeitam as indicações para que fiquem em casa.

Frente a frente na cidade do Lis estarão duas equipas com claras ambições de somar troféus: o FC Porto até já venceu um há menos de um mês, mas tem sempre fome de mais. O Sporting lidera o campeonato e também para os leões é essa prova que tem que ser prioridade... mas em duas equipas com tão vincada cultura de conquista de troféus não há título que seja de ignorar.

Os leões querem juntar a terceira Taça da Liga ao palmarés, enquanto os dragões procuram por fim acabar com a já muito longa malapata na única competição que teima em escapar ao museu azul e branco. Ambas as equipas chegam condicionadas, resta saber se alguma bem mais do que a outra... mas cada uma com os seus argumentos para marcar lugar na final.

Se faz sentido jogar esta final four da Taça da Liga na atual fase da pandemia é uma questão (relevante) para quem de direito... mas avançando a competição e avançando as equipas para o relvado (ficaram dúvidas de véspera quanto ao FC Porto) nada menos do que o troféu deixará qualquer dos quatro participantes satisfeito.

Leão quer exibir qualidades de líder

Em primeiro lugar no campeonato e protagonista de um excelente arranque de temporada, o Sporting vem de dois percalços em provas diferentes - eliminação na Taça de Portugal contra o Marítimo e empate na Liga contra o Rio Ave - e à procura de voltar a mostrar o que o levou ao topo da tabela.

©Sporting CP

Rúben Amorim não conta (pelo menos) com Neto e Bruno Tabata, ambos positivos a Covid-19, e os holofotes na véspera viraram-se para Nuno Mendes e Sporar, dois casos que acabaram por gerar uma troca de acusações entre as duas instituições: os leões dizem que os jogadores testaram negativo e que os testes anteriores foram falsos positivos, os dragões responderam ameaçando mesmo não comparecer se os dois forem chamados a jogo.

Com mais ou menos jogadores disponíveis - o FC Porto está tão ou mais fustigado por baixas do que os leões - a equipa de Amorim tem mostrado nesta temporada um caráter de irreverência que a torna mais imprevisível, muito graças à boa integração de jovens reforços no plantel, e é muito nessa qualidade que reside a esperança leonina.

Dragão vem de ano quase perfeito

O FC Porto terminou 2020 a fazer aquilo que fez por um total de três vezes nesse ano: conquistar um troféu. Ainda no primeiro mês do novo ano, os dragões têm em perspetiva mais um e começam por realizar o segundo clássico consecutivo, sendo que o anterior - frente ao arquirrival Benfica - significou o fim de uma notável série de 10 vitórias consecutivas.

©Rogério Ferreira / Kapta+

Sérgio Conceição não teve vida fácil na preparação deste próximo encontro, contando com quatro ausências já certas por Covid-19: Sérgio Oliveira, Otávio, Luis Díaz e Evanilson. Junta-se a suspensão de Mehdi Taremi e há também que lembrar que três jogadores - Manafá, Carraça e Fábio Vieira - só se voltaram a juntar ao grupo bem em cima da data do jogo, após recuperarem do vírus.

O treinador poderá ter de adaptar o esquema aos jogadores disponíveis e dar mais protagonismo à juventude - Francisco Conceição, por exemplo, já esteve no banco frente ao Benfica -, o que significa que esta poderá também ser uma enorme oportunidade para que os mais jovens talentos ganhem maior destaque dentro do plantel.