O médio tardou em encontrar o seu espaço no onze encarnado e na «cultura» de jogo do futebol luso, mas se as últimas semanas já tinham deixado a ideia de um jogador em crescendo, esta noite chegou a confirmação. Exímio no trabalho que lhe compete (mesmo na dupla com Pizzi, que o deixa mais desprotegido), foi quase sempre o primeiro a construir o futebol da águia com sobriedade e assertividade, não cometendo erros. Um jogo a roçar a perfeição.
Quando o melhor Rafa aparece, é difícil haver quem lhe tire o protagonismo. Esteve em quase todo o lado onde havia terreno no Dragão: a atacar, onde desequilibra como poucos na velocidade e no controlo de bola, mas também na hora de dar a mão no processo defensivo, com recuperações box-to-box sem acusar a «tareia» das correrias. E aos 62 minutos ainda teve o golo nos pés.
Foi um clássico de muita luta e de duelos físicos e aí ninguém «pagou» tanto como o mexicano. Sofreu um número significativo de faltas duras porque do lado encarnado houve sempre a consciência que era dele que nascia o perigo maior. Foi assim no golo de Taremi, quando descobriu o iraniano e o serviu para o empate.
Se na Supertaça Pepe soube controlar Darwin do início ao fim, a história foi diferente no embate de hoje. O suíço deu-se muito mais ao choque com o internacional português e não raras vezes foi capaz de ganhar espaço para a construção ofensiva do Benfica. Destaque para a assistência primordial que deixou Grimaldo na cara de Marchesín, no golo dos encarnados.
Não foi dos melhores jogos de Sérgio Oliveira mas o capitão do FC Porto é daqueles que não sabe jogar mal. Começou mais comedido mas disse presente, desde logo, num passe extraordinário para Corona que depois serviu Taremi para o golo portista. Numa noite em que não deu muito para brilhar, fez «das tripas coração» na hora de cerrar fileiras e segurar o último ímpeto benfiquista.
O maliano sofreu cedo uma falta de Pizzi que o deixou com queixas e a partir daí nunca foi capaz de encontrar - ou ganhar - os espaços que lhe permitem fazer uso do seu futebol possante. Fosse com Verthongen ou com Nuno Tavares, os dois com quem «esbarrou» mais, Marega perdeu quase sempre os duelos.
1-1 | ||
Moussa Marega 25' | Álex Grimaldo 17' |