O registo ainda invicto do Torreense na temporada serviu de alerta para o SC Braga, que fez de tudo para evitar surpresas. De forma séria e com níveis altos de eficácia até ao quarto tento, a equipa de Carlos Carvalhal construiu um volumoso resultado (5x0) e seguiu para os quartos de final da Taça de Portugal, num encontro realizado em horário e dia a fazer lembrar outros tempos da prova rainha do futebol luso.
Apesar da grande rotação, os minhotos carburam bem e não baixaram a intensidade num ciclo intenso de encontros. Por sua vez, fica a ideia que o Torreense não apresentou todos os seus argumentos no Municipal, com Tiago Sá praticamente a não ter trabalho ao longo dos noventa minutos. Apenas o Fafe segue como representante do Campeonato de Portugal na prova.
A fase inicial do encontro mostrou um Torreense confiante e a procurar ter bola no Minho, com uma organização bem trabalhada por Filipe Moreira. O SC Braga, após uma entrada um pouco relaxada, começou a aumentar os níveis de intensidade e a chegar de melhor forma ao ataque. Num remate colocado, André Horta obrigou Valverde a defesa apertada e deu o primeiro sinal de perigo no encontro.
Se encontrava espaços, o conjunto visitante também tinha capacidade para entrar em zonas de finalização e Ricardinho colocou Tiago Sá em sentido, no lance mais perigoso dos homens de Torres Vedras no primeiro tempo. Porém, o ânimo do Torreense acabou por cair após o cabeceamento certeiro de Rolando, na resposta a um cruzamento de João Novais. O internacional luso não marcava desde a época 2017/18 (!), ao serviço do Marselha.
O Torreense nem teve tempo para reagir e já sofria o segundo. Num lance rápido, o velocista Galeno ganhou espaço e ofereceu o tento ao espanhol Abel Ruiz. Um castigo pesado para os visitantes e uma grande eficácia dos Arsenalistas, que baixaram o ritmo dos acontecimentos e controlaram a partida até ao descanso. Apuramento bem encaminhado para a equipa de Carlos Carvalhal.
Poupados no início da partida, Ricardo Esgaio e Ricardo Horta foram lançados para o segundo tempo com o objetivo do SC Braga continuar forte e intenso na partida. As alterações tiveram rápido resultado, com o lateral a marcar após alguns ressaltos na área do Torreense, numa bola parada. O golpe final nas aspirações dos visitantes ainda lutarem pelo apuramento.
De forma séria e que merece ser elogiada, o SC Braga continuou a animar o jogo com um futebol dinâmico e de qualidade. Revelando faro de golo, Abel Ruiz aproveitou uma recarga para bisar, depois de um forte remate de Ricardo Horta. Este tento levou Carvalhal a lançar mais três unidades em campo e promover a estreia de Vítor Oliveira, jovem avançado luso de 20 anos.
Com um Torreense muito recuado e pouco agressivo na pressão, os Arsenalistas tiveram facilidade para controlar as operações. André Horta, em remates perigosos e boas dinâmicas com o seu irmão Ricardo, esteve perto de aumentar ainda mais os números da goleada, mas a eficácia caiu para o SC Braga. Já na compensação, o menino Vítor Oliveira fechou o resultado na conversão de uma grande penalidade.
Este SC Braga tem no seu ADN ser uma equipa de ataque e procura constante pelo golo. Apesar do adversários mais acessível, a equipa de Carlos Carvalho não baixou a guarda até ao final da partida e procurou sempre mais do jogo.
Algumas ideias positivas com bola, mas faltou presença atacante ao Torreense ao longo do jogo. Tiago Sá foi um espetador durante quase todo o jogo e o conjunto de Filipe Moreira tem capacidade para mais, apesar da superioridade do adversário
Tarde tranquila para o árbitro Hugo Silva e a sua equipa, que parecem ter decidido bem nos lances mais complicados.