Esteve muito perto de haver Taça na Choupana. O FC Porto teve de se esforçar para bater um Nacional atrevido e que esteve na liderança durante muito tempo. A expulsão de Rui Correia acabou por condicionar os insulares, que jogaram grande parte da segunda parte com menos um jogador.
Evanilson salvou o dragão bem perto do fim, Oliveira e Taremi confirmaram uma vitória (2x4) bem sofrida, que podia ter deitado por terra a defesa da Taça de Portugal. Rochéz e Riascos marcaram para os insulares.
O estado do relvado, o clássico em três dias e a habitual gestão a que Taça convida. Motivos de preocupação não faltaram a Sérgio Conceição na preparação para a partida. Foi quase de forma natural que o técnico apresentou mais de metade da equipa alterada, em relação à última vitória no campeonato. Mais surpreendente foi a permanência de Corona, talvez o portista mais influente, ele que tinha saído queixoso desse mesmo jogo.
Ainda que com as alterações, intensidade foi algo que não faltou a um Dragão com pressa de resolver a eliminatória. E quando se fala deste FC Porto, essa intensidade é uma característica muito distintiva e esteve presente logo ao apito inicial, com uma pressão em todo o terreno. Bem cientes da intenção do Nacional em ter bola e sair a jogar de forma construída, os visitante iam, à vez, obrigando o adversário a abdicar dessas ideias.
Ao Nacional tinha faltado algum atrevimento nas outras partidas frente aos grandes e não foi por falta de executantes de qualidade. Frente ao Sporting tinha ficado a incapacidade de aparecer em zonas perigosas, mas Riascos tratou de mudar isso. Partiu para cima de Sarr e encontrou Rochéz na área, que, com uma simulação de corpo, tirou Pepe do caminho e atirou a responder da melhor forma, no primeiro remate à baliza.
Na teoria, o mais difícil estava feito para o Nacional, que conseguiu aguentar o primeiro murro, mas os dragões foram capazes de reagir bem e voltar a assumir um domínio ainda mais consequente e perigoso. A diferença foi que Leite e Díaz (outra vez ele) não conseguiram acertar enquadrado.
Não marcou o dragão, aproveitou o Nacional. Gorré partiu para cima de Pepe e virou tudo para Riascos, solto de marcação. O colombiano, habituado a marcar na Taça, encheu o pé de intenção e rematou para o segundo dos insulares.
Aos 62', o momento que marca o jogo. Toni Martínez cai numa disputa com Rui Correia e, ainda que tenha havido contacto, ficou a ideia que a carga foi legal. António Nobre assim não entendeu e expulsou o central dos insulares, por acumulação de amarelos. Na situação, o VAR nada podia fazer, por não ter sido direto.
Se as diferenças já eram muitas, com um a menos, ainda mais acentuadas ficaram. Sérgio Conceição arriscou tudo para continuar a caminhar na Taça e até tirou um central para ir atrás do golo. Com a avalanche normal nestas situações, os insulares ainda aguentaram até perto do fim, mas um FC Porto já sem tática, com três avançados na frente, viu Evanilson rematar para o empate no primeiro toque na bola. Antes do fim, oportunidade para mais um lance polémico, desta vez com a queda de Taremi. Pareciam haver razões para assinalar, mas Nobre nada assinalou.
Até ao fim, mais um golo portista, com Taremi a fazer o quarto e Thill a desperdiçar uma grande penalidade mesmo em cima do apito final. Vitória para o FC Porto, pelo que fez, a carimbar a presença na próxima ronda da Taça.
Apesar de todas as circunstâncias à volta do jogo (e dentro também), Nacional e FC Porto foram capazes de disputar um bom jogo de futebol, com oportunidades, defesas, bons momentos... em campo. Das três equipas, alvinegros e azuis e brancos foram os grandes destaques do fim de tarde na Choupana.
Tinha tudo para ser uma boa representação da festa da Taça de Portugal, mas os lances polémicos de António Nobre começaram a festa, mas dos bancos. Muitos protestos de ambos os lados, representantes de cada banco pegados uns com os outros e, no geral, tudo muito feio fora de campo.