Vítor Pereira: «Agora é hora de treinar numa das cinco grandes ligas, preciso de me testar numa delas»

Vítor Pereira deixou o comando dos chineses do Shangai SIPG passadas três temporadas e agora o treinador português fez um balanço da sua passagem pela China, assumindo que pretende que o próximo desafio da sua carreira seja «numa grande liga europeia».

«Foi uma experiência fantástica. No primeiro ano conquistámos a Superliga e no ano seguinte também vencemos a Supertaça. Esta terceira temporada foi difícil para toda a gente, mas, em traços gerais, foi uma boa etapa na minha carreira. Agora regressei à Europa porque acho que preciso de um desafio numa grande liga europeia», começou por dizer o técnico de 52 anos, numa grande entrevista ao diário espanhol Marca.

«Decidi voltar por dois motivos. Em primeiro lugar, para estar mais perto da minha família, especialmente nesta altura de pandemia. Estou há muitos meses sem vê-los. Em segundo lugar, os três anos na China foram uma experiência fantástica, mas agora é hora de treinar numa das cinco grandes ligas, preciso de me testar numa delas», acrescentou.

Além de lançar os dados sobre aquele que pretende ser o próximo passo da sua carreira enquanto treinador, Vítor Pereira fez um balanço da sua estadia na China e destacou a importância do título de campeão ganho em 2018: «Esse título significou a quebra da hegemonia do Guangzhou Evergrande. Depois dos sete títulos consecutivos deles, foi para o futebol chinês em geral e para o nosso clube em particular um grande feito. Para um clube que só tinha treze anos de existência e que tinha começado por baixo foi sem dúvida um grande êxito».

O antigo treinador do FC Porto considerou que um dos aspetos que mais alterou na equipa aquando da sua chegada foi a «mentalidade vencedora», assim como a exigência daquilo que era pedido aos jogadores. Para Vítor Pereira, «foi preciso sublinhar uma mudança de atitude, de confiança», porque faltava isso à equipa, em comparação com o Guangzhou Evergrande ou o Beijing Guoan, quando assumiu o seu comando.

«Para mim, o futebol chinês foi uma surpresa. É mais competitivo do que eu pensava antes de chegar lá. Tem, além do Shangai SIPG, várias equipas como o Guangzhou Evergrande, Beijing Guoan, Shandong Luneng ou Jiangsu Suning que lutam pelas primeiras posições. São equipas que acho que podem competir a um bom nível. E também têm jogadores de nível europeu, de qualidade. Na minha opinião é uma liga que se desenvolveu muito nos últimos anos. Taticamente, vi uma evolução em todas as equipas ao longos dos três anos que estive na China», concluiu.