Quem não tinha saudades de um dia de clássico? Aí está ele, o maior dos duelos do futebol português, com o aliciante de valer mais um troféu para um dos dois palmarés. Aveiro é o palco, a Supertaça é o prémio mesmo à entrada para o Natal.
Em fase de resultados positivos para as duas equipas não haverá grandes dúvidas de que ambas quererão, acima de tudo, levar o troféu para casa. Se possível com bom futebol, mas já se sabe que as finais não se jogam... ganham-se.
Os últimos clássicos foram de tendência clara, com três vitórias consecutivas para o FC Porto (os dois confrontos da última Liga e a última Taça de Portugal). Os dragões são também, de longe, a equipa com melhor historial nesta competição, com 21 troféus (mais do dobro de todas as outras equipas juntas) e venceram dez das onze Supertaças que disputaram com o eterno rival.
Do lado oposto há um Benfica em busca do primeiro troféu na era Jesus 2.0, um Benfica de investimento recorde que quer começar a transformar esse investimento em títulos, mesmo mostrando estar ainda em fase de (re)construção.
Do lado portista há mais dúvidas do que certezas. Baixas certas são apenas as de Mbaye e Marcano, com um trio de ouro composto por Pepe, Otávio e Corona em dúvida até muito perto da hora do duelo de Aveiro.
Sérgio Conceição não abriu muito o jogo, embora Jorge Jesus o tenha querido fazer por ele, dizendo ter a «certeza» de que Pepe não irá a jogo. Se afinal lá estiver (Conceição diz que há 50% de hipóteses), o central e capitão dos dragões terá de envergar uma máscara para proteger a face.
Otávio e Corona saíram tocados do encontro com o Nacional da Madeira e ficaram-se pelo ginásio nos recentes dias de treino, mas não se tratando de lesões graves (nem perto disso) a utilização de ambos não está de todo descartada.
Com ou sem estas peças-chave, a estratégia a apresentar pelos dragões suscita curiosidade. Marega e Taremi têm ganho rotinas nos últimos jogos, mas esse é um processo de integração tática que parece ainda estar a decorrer. 4x4x2 ou 4x3x3 serão os sistemas mais previsíveis... mas atenção, porque o FC Porto já mostrou ter apreendido as dinâmicas de um sistema de três centrais.
Para o Benfica, pelo contrário, há muito mais certezas do que dúvidas. André Almeida e Gabriel já eram baixas certas por lesão, Pizzi juntou-se à lista de ausentes à última hora por ter contraído Covid-19, assim como o diretor geral Tiago Pinto.
Weigl e Taarabt parecem ser a dupla mais previsível do centro do meio-campo, mas a ausência de Pizzi acaba por poder mexer também com um flanco. Pedrinho tem sido cada vez mais opção, mas Rafa Silva foi poupado no último jogo... e até nem se descarta que joguem os dois.
Mais atrás no terreno deverá estar Otamendi, que assim irá reencontrar um clube ao serviço do qual conquistou um total de oito títulos, incluindo três Supertaças. O destino levou-o agora ao clube rival e, tal como Rafa, foi poupado em Barcelos... tudo indica que a pensar no clássico.
Contra um FC Porto que tende a fazer da garra e da paixão as suas principais forças em jogos como este, o Benfica sabe que terá uma margem de erro muito pequena (como bem Pizzi vincou, antes de se saber da ausência), mas num clássico isso vale para qualquer equipa. Um erro, um detalhe, um lance de inspiração... qualquer momento pode bastar para juntar mais um troféu a um rico palmarés.
Mbaye e Marcano; Pepe, Otávio e Corona (dúvidas)
André Almeida e Gabriel; Pizzi (Covid-19)
Os dragões venceram os últimos três clássicos frente ao Benfica e algo que foi comum a esses encontros foi a vontade de deixar tudo em campo em prol da vitória que a equipa de Sérgio Conceição demonstrou. Bem à imagem do seu treinador, esta é uma equipa competitiva, concentrada e apaixonada do primeiro ao último minuto.
Mais do que para ser apenas um treinador, Jorge Jesus foi de novo contratado pelo Benfica para voltar ser o cérebro do futebol das águias, com dedo em tudo o que isso implica. O treinador tem tendência para guardar surpresas para jogos decisivos... será que veremos mais uma?
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FC Porto | Benfica | |||
7 | 68 | Golos marcados | 36 | 8 |
8 | 43 | Golos sofridos | 42 | 7 |
7 | 25 | Jogos | 16 | 8 |
7 | 6 | Golos Marcados | 3 | 8 |